7.º Prêmio Visa encerra eliminatórias

A última noite dessa fase tem Caíto Marcondes na percussão, Roberto Corrêa na viola, João Francisco na clarineta e Paulo Zumarán na guitarra

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Por Agencia Estado
Atualização:

A sexta e última eliminatória do 7.º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Instrumental, que ocorre hoje no Espaço Promon, vai ter no palco três artistas que já participaram da competição em outras ocasiões. A primeira é a cantora Mônica Salmaso, vencedora da primeira edição vocal do prêmio, realizado pela Rádio Eldorado, em 1999. Ela participa da apresentação do percussionista Caíto Marcondes, fazendo vocalise. O segundo a voltar à cena é o violeiro mineiro Roberto Corrêa, que chegou às semifinais em 2001, concorrendo na mesma categoria em que figura nesta edição. O terceiro é o veterano violonista José Roberto, mais conhecido como Zé Barbeiro. Ele acompanhou os bandolinistas Aleh Ferreira e Danilo Brito na quarta eliminatória, na semana passada, e volta hoje com seu violão de sete cordas como integrante do trio que vai dar apoio ao clarinetista João Francisco Correia. Todas as eliminatórias desta edição do Visa tiveram dois representantes de São Paulo, o que contribuiu para aumentar a euforia na platéia, já que os músicos locais têm as maiores torcidas. A noite de hoje tem três expoentes paulistas. Caíto Marcondes, que abre a disputa, e o guitarrista Pablo Zumarán, que a encerra, são da capital. João Francisco Correia representa a agregada São Caetano do Sul, mas é natural de Piracicaba. Dos quatro candidatos de hoje, Caíto Marcondes é o mais conhecido. Já tocou em shows e discos de Hermeto Pascoal, Rita Lee, Paulo Moura, Ná Ozzetti, Milton Nascimento, Francis Hime, Flora Purim e John Scofield, entre outros. O primeiro CD-solo, Porta do Templo, gravado em 1995 na Califórnia, obteve boa repercussão quando lançado na Europa. Além de diversos trabalhos com a Jazz Sinfônica de São Paulo, a Orquestra Popular de Câmara e a Orquestra Sinfônica do Paraná, Caíto compôs a trilha sonora do filme O Cineasta da Selva, de Aurélio Michiles, em parceria com Teco Cardoso. Seu trabalho-solo mais recente é Auto-Retrato, gravado ao vivo com participação de Marlui Miranda e Mônica Salmaso. No programa de hoje ele toca dois temas de própria lavra (Folha Solta e Beira Rio) e os clássicos Carinhoso (Pixinguinha/João de Barro) e O Trenzinho do Caipira (Villa-Lobos). O mesmo standard de Villa está no repertório de Roberto Corrêa. Mineiro de Campina Verde radicado em Brasília desde 1975, ele é outro concorrente tarimbado. Descendente de uma família de violeiros, começou na música aos 8 anos, tocando violão, que depois substituiu pela viola. Tem no portfólio, além de 11 CDs gravados, publicações resultantes de seus estudos sobre seu instrumento e as tradições musicais do interior do País, às quais seu cancioneiro está fortemente ligado. Nesta sua segunda investida no Visa, ele começa dividindo-se entre duas canções de sua autoria (Antiqüera e Queluzindo), o citado Trenzinho e Odeon, de Ernesto Nazareth. João Francisco Correia já tem certa experiência em competições musicais. Entre outras participações, venceu o Concurso Jovens Solistas da Orquestra Experimental de Repertório e outro similar na Orquestra Sinfônica de Santos, da qual é integrante. Ele também toca no quinteto de clarinetas Madeira de Vento e na Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. Dedica-se à pesquisa e à divulgação do acervo mais obscuro do cancioneiro nacional. Ele abre o roteiro de sua parte no Visa interpretando uma peça-solo para clarineta, Capotando (Fernando de Oliveira). Ao lado do trio formado por Zé Barbeiro (violão 7 cordas), Cristiane Blois (piano) e Marcelo Galani (pandeiro), ele continua com Gargalhada (Pixinguinha), Ternura (K.Ximbinho) e Capiba no Frevo (Hudson Nogueira). O uruguaio Zumarán é paulistano adotado. Radicado em São Paulo desde o primeiro ano de vida, aprendeu música por conta própria e adquiriu experiência tocando na noite. Durante 18 anos formou dupla com o baixista Carlos Motta. Integrou a orquestra da extinta casa de espetáculos Palladium, tocando sob a regência do maestro José Briamonte em vários shows produzidos por Abelardo Figueiredo. É também compositor e arranjador. Acompanhado de Fábio Sá (contrabaixo) e Lílian Carmona (bateria), ele toca hoje uma de suas composições, Bairro Bom, e faz releituras de O Pato (Neuza Teixeira/Jaime Silva), Giselle (Heraldo do Monte) e Estamos aí (Maurício Einhorn/Durval Ferreira/Regina Werneck). A primeira semifinal do 7.º Prêmio Visa será no dia 21 de julho no Tom Brasil da Vila Olímpia. Pelo bom nível mostrado pelos candidatos nessas eliminatórias, a disputa deve ser acirrada.

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