
14 de fevereiro de 2021 | 04h00
IZA ainda não era cantora, nem mesmo famosa, quando desembarcou em São Paulo pela primeira vez em 2016. “Mesmo assim, me senti muito importante. São Paulo é um lugar que funciona, que tem pessoas incríveis e que faz muitas coisas diferentes acontecerem”, conta.
O motivo da visita à capital também conversa diretamente com o tema central da revista: moda. “Vim visitar pela primeira vez uma edição da São Paulo Fashion Week e fiquei impactada.” Mas quem definitivamente ficou impactada foi a própria São Paulo, que reúne um grande número de fãs da cantora, sempre à espera do próximo show.
Em um ano tão atípico para todos, Iza não cantou nos palcos, mas encantou fora deles. Desde ser eleita a mulher mais sexy do momento até parcerias que envolveram a ONU. Feminista e ativista sem perder a ternura, IZA conversou com a Moda sobre esse e outros assuntos:
A maior perda de 2020, com certeza, foi ficar longe da minha família. Estar longe da minha equipe e dos palcos também foi ruim, mas não poder estar com a família e ainda ter o medo de perde-los foi muito complicado. E o maior ganho foi certamente entender o que realmente é importante, o que mais vale na nossa vida que é estar com quem a gente ama.
Esse projeto foi muito especial, eu amei ter sido convidada pelo ONU para participar. Sempre quis me envolver em causas sociais dentro do meu trabalho, porque acredito que isso é nossa função também como artista. Ver que uma mensagem como essa atingiu esse número me deixa muito feliz.
A gente tem a responsabilidade de falar sobre coisas importantes, então é muito legal quando conseguimos levar mensagens através da música. Principalmente por serem coisas que tenho preocupação desde o início da minha carreira. Aproveito para falar sobre esses assuntos na minha música.
Não trabalhei mais, mas trabalhei muito. O aprendizado é que realmente todos nós não estamos no mesmo barco. Agradeço muito a Deus por tudo o que pude viver em 2020 e me sinto muito estranha por ser grata pelo ano que passou. Muita coisa incrível aconteceu na minha vida e eu não posso deixar de ver o que muita gente têm passado.
Acredito que sim. Sempre falei e pensei muito na questão de empreender e entendi cedo que eu não sou uma pessoa que lida bem seguindo outros chefes e recomendações de outras pessoas. Sempre me preocupei muito com isso. Acho que todos nós temos um talento.
Eu não vou ser hipócrita de dizer que não me sinto muito lisonjeada com isso, fico muito lisonjeada sim. Saber que era uma votação que sempre acontecia, mas que pelos amantes da revista, ela ainda acontece, e que essas pessoas me escolheram em uma lista com tantas mulheres incríveis, me deixa orgulhosa. E ao mesmo, tempo, tenho que dizer que ver uma mulher negra, dentre tantas outras mulheres brancas, ser considerada a mulher mais sexy do mundo, me deixa feliz.
Eu sempre gostei muito desse universo, até pensei em estudar moda antes de escolher a publicidade. Gosto sempre de sofisticar o meu olhar, de pesquisar, entender as tendências e de entender exatamente o que eu posso passar com as minhas roupas.
Acho que as redes nos deixam muito expostos. A parte boa da internet é que você fala com muita gente ao mesmo tempo e a parte a ruim é que você fala com muita gente ao mesmo tempo. Não necessariamente todas elas vão entender seu posicionamento, vão concordar com a sua opinião ou concordar com quem você é. É uma faca de dois gumes, precisamos usar a internet com muita sabedoria.
A primeira vez que vim a São Paulo foi pra assistir ao São Paulo Fashion Week e eu me senti muito importante, mesmo não trabalhando com música ainda e mesmo ninguém me conhecendo. Acho que é uma cidade que funciona, que tem pessoas incríveis, que fazem muitas coisas diferentes acontecerem. Me sinto muito produtiva toda vez que estou na cidade. Mas se pudesse dar um presente neste aniversário de São Paulo seria a revitalização dos rios Tietê e Pinheiros.
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