PUBLICIDADE

Coração verde

Sob a gestão do atual CEO Guilherme Weege, a Malwee, uma das maiores empresas de moda do Brasil, reforça sua alma sustentável

Por Alice Ferraz
Atualização:

Nas últimas semanas, temos explorado como a moda atual tem manifestado a consciência de que precisamos entrar em uma frequência mais harmônica com o planeta por meio de um mercado mais sustentável, que contribua com a preservação do ecossistema. 

Falamos de novas marcas que nasceram com a preocupação ecológica em seu DNA e passamos pela francesa Chloé, que, sob a batuta da uruguaia Gabriela Hearst, adota a agenda da sustentabilidade. Agora, nossa série de textos que mostra a moda não apenas como vestuário, mas também como um reflexo da sociedade, chega a uma das maiores empresas do segmento têxtil do Brasil, a Malwee.

Sob a gestão do atual CEO, Guilherme Weege, neto do fundador, a responsabilidade se torna maior e mais urgente Foto: Grupo Malwee

PUBLICIDADE

Fundada na cidade de Jaraguá do Sul em Santa Catarina, a empresa da família Weege foi pioneira no assunto desde sua criação, em 1968, e tem a preservação do meio ambiente em sua missão: “Estar presente na vida das pessoas, promovendo a autoestima e o bem-estar por meio da oferta de produtos de moda com qualidade superior, respeitando os nossos colaboradores, a sociedade e o meio ambiente”. 

Sob a gestão do atual CEO, Guilherme Weege, neto do fundador, a responsabilidade se torna maior e mais urgente. Ele faz parte de uma geração de homens da moda que tem que equilibrar a beleza e a modelagem das peças com um trabalho baseado nos princípios da economia circular, otimizando a produção de recursos e fomentando a eficácia dos processos. 

Seguindo essa mentalidade, Guilherme começa nossa conversa com a provocação: “A primeira pergunta que devemos fazer ao comprar uma roupa nova é questionar a maneira como ela foi feita, por quem foi feita, com quais matérias-primas e como serão reutilizadas”. 

Homem de negócios, Weege é direto, e realista, ao abordar o impacto ambiental da indústria da moda. Ele traz para conversa fatos sem ilusões sobre a área em que atua, “a realidade é que trabalho no segundo mercado que mais polui o planeta”. Uma verdade dura que deve ser reconhecida para que exista mudança na forma de se trabalhar. “A sustentabilidade aqui dentro sempre foi uma coisa natural, da cultura da empresa. Isso veio do meu avô e do meu pai, é uma preocupação genuína das pessoas que estão aqui. 

“Quando entrei [como CEO], busquei estruturar e ampliar nossa atuação nessa área, mas as bases já estavam formadas e eram sólidas”, relembra Guilherme. “Investimos muito nas nossas fábricas e no reuso de água, fomos os primeiros a instituir esse processo e hoje somos os que mais reutilizam água na produção de roupas. Qualquer peça produzida pela Malwee consome 30% menos do insumo do que outra peça produzida no Brasil.” 

Publicidade

Com controle de todos os processos produtivos (malharia, tinturaria, estamparia, corte, costura e expedição), a Malwee produz cerca de 40 milhões de peças de roupas por ano e a preocupação sustentável que permeia a cadeia faz com que todas as peças da marca tenham aspectos sustentáveis e causem menos impacto ao meio ambiente. “Cem por cento do que fazemos é para que tudo seja ecologicamente correto”, destaca Weege. 

Entre as principais ações ecologicamente corretas da Malwee, o empresário comenta sobre o trabalho realizado pelo grupo com garrafas pet, que são recicladas e se transformam em moda. No próprio site da marca, é possível encontrar um contador que mostra quantas unidades já ganharam nova vida. O número ultrapassa 35 milhões de garrafas reaproveitadas desde o início do projeto em 2011. 

Outro ponto de atuação da marca com importante viés ecológico é a preocupação com a durabilidade das peças. Recentemente, a Malwee reformulou suas coleções que agora chegam no plural, “verões” e “invernos”, por exemplo, um manifesto para que as peças durem por mais temporadas, para que não sejam vistas como descartáveis e que tenham qualidade e durabilidade por mais tempo. Para isso, as peças são feitas seguindo altos padrões de qualidade e levam em consideração aspectos como a gramatura do tecido e o tempo de descanso do material após o tingimento, por exemplo. 

O espírito sustentável da Malwee vai além dos propósitos ecológicos e processos da cadeia produtiva. O viés humano também se faz presente nas ações do grupo, principalmente na relação com sua cidade de origem que ainda abriga parques fabris da marca. Um dos exemplos mais importantes dos trabalhos para a melhoria da cidade foi a criação do Parque Malwee, um santuário ecológico no interior de Santa Catarina que se tornou ponto turístico da região com o plantio de espécies nativas da Região Norte do Estado e de espécies exóticas trazidas de várias partes do mundo. Uma mentalidade empresarial que se conecta com os tempos atuais e traz novos horizontes para o futuro de um mercado que tem urgência em abraçar transformações para reconstruir seu impacto.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.