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Consumo pandêmico

A jornalista Maria Prata comenta o futuro das profissões no mundo pós-pandemia

Por Maria prata
Atualização:

Dados oficiais relatam quase oito milhões de casos de covid-19 e mais de 430 mil mortos no mundo todo, mas os números reais são possivelmente muito maiores do que estes. 

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Nas últimas semanas, tenho prestado mais atenção a todas as compras que faço, de olho no tema que me foi pedido para este texto: com a crise global causada pelo coronavírus, que tendências de comportamento de consumo surgirão?

Primeiro, a constatação óbvia: cada vez mais, é online que consumimos. Segundo estudo da consultoria eMarketer, feito antes da pandemia, só nos Estados Unidos o número de consumidores utilizando aplicativos de entregas deveria saltar de 18 milhões em 2018 para 30 milhões em 2022. Qual será a conta agora? 

Será que grandes grifes, sofrendo o impacto das portas fechadas, vão passar a disponibilizar seus produtos em varejistas de tão grande escala? Foto: Leonardo Albertino

Analistas do banco de investimentos americano UBS apostam que mais de 100 mil lojas devem fechar as portas nos próximos cinco anos nos Estados Unidos. As que conseguirem sobreviver ao que provavelmente terá sido a maior recessão global da história terão de repensar seus negócios. Online, as maiores varejistas do mundo, como Amazon e Alibaba, ganham ainda mais penetração e se deparam com a oportunidade de atuar no mercado de luxo. Será que grandes grifes, sofrendo o impacto das portas fechadas, vão passar a disponibilizar seus produtos em varejistas de tão grande escala? Tento fugir das imagens horríveis, buscando notícias boas que unam inovação e empreendedorismo. Às vezes me deparo com informações curiosas, como esta: segundo a Sense360, startup de consultoria do Vale do Silício, sem precisarmos garantir o bom hálito de nossas personas jurídicas, as vendas de chicletes despencaram 34% desde o início da pandemia. Mas as de máquinas de cortar cabelos subiram 166%. Mau hálito, tudo bem, cabelos compridos... jamais!

Piadas à parte, períodos de necessidade são, reconhecidamente, de reinvenção. E a inovação passa a ser uma janela ainda maior de oportunidade. Novos consumidores, com novos desejos e necessidades, passam a ditar as regras do jogo. Ganha quem entender, primeiro, do que realmente precisaremos quando isso tudo passar. Alguém aí tem um chiclete?

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