Capa: #modadobem

Um dos homens da moda mais atuantes do Brasil, Rony Meisler, nome à frente do grupo Reserva, une-se à artista plástica Paula Costa para darem o tom da temporada

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Por Alice Ferraz
Atualização:

Desde que o filme O Diabo Veste Prada foi lançado, em 2006, não é incomum pessoas de diferentes áreas me perguntarem se é esse mesmo o espírito da moda. Não podemos negar que existem, sim, no mundo fora das telas algumas Mirandas (e também Andys!) nesse universo, e que paira no ar certa altivez – que, diga-se, sempre me deixou desconcertada. Mostrar que a moda pode ser um berço para a tão famosa tríade de Platão, o bom, o belo e o verdadeiro, é um sonho antigo.

A artista plástica Paula Costa e o empresário Rony Meisler. Foto: Paula Costa e Rony Meisler

Por isso, quando decidi procurar um personagem que se encaixasse na matéria de capa como personificação de uma moda para um novo mundo, pensei em Rony Meisler, um dos homens de moda mais atuantes no Brasil, à frente do grupo Reserva. Ao atendê-lo no FaceTime e descobrir ali um largo sorriso no rosto combinado de um “oi, queridona!”, tive a certeza de que estava no caminho certo.

O empresário Rony Meisler, do grupo Reserva. Foto: Divulgação

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Rony é a imagem viva do que pessoas de moda devem manifestar: empatia, alegria, criatividade, abertura para ouvir e entusiasmo em compartilhar. A moda como parte do comportamento de uma era precisa de líderes que espelhem e assumam a condução – em tempos tão desafiadores, precisamos de novos caminhos e de quem tenha algo a dizer, de forma autêntica e genuína.

Seu pensamento coloca seu consumidor como centro do negócio, de sua pesquisa e do seu propósito diário. “Moda, para mim, não é só o produto, a cultura do SKU (sigla para Stock Keeping Unit, com pensamento voltado 100% para vendas) não era a minha. Queria escutar as dores e os desejos do outro e, por esse caminho, criar uma marca que fizesse sentido quando você a comprasse.”

Camiseta inspirada em obra de Paula Costa será vendida pela Reserva, de Rony Meisler. Foto: Divulgação

Rony pensa moda. Em sua biblioteca, temas diversos fazem parte de sua pesquisa: “Ler me conecta, abre novas possibilidades e faz parte da maneira como observo a época em que vivemos. Enxergar o momento faz parte da criação da moda”. Nada mais natural que, em uma fase em que a sociedade e seus costumes precisam ser repensados e remodelados, ele encontrasse com Paula Costa, artista carioca que trabalha unindo tecidos, palavras e natureza.

Juntos, estão em plena construção de uma parceria que sintetiza a moda do bem em tempos de pandemia: a produção de uma série de máscaras e camisetas que estampam o delicado bordado que vemos nas obras de arte de Paula, com renda revertida integralmente para instituições que estão agindo no combate à fome. Com a pandemia causada pela covid-19, o número de desempregos dispara e o de doações diminui. Por isso, a ideia é abastecer os bancos de alimentos, que sustentam o principal projeto social do grupo, chamado 1P5P.

Paula Costa veste a máscara que terá 100% da renda revertida. Foto: Divulgação

A cada peça vendida na Reserva e na Reserva Mini, o grupo viabiliza a entrega de cinco pratos de comida para quem tem fome. Quem entra no projeto é o braço chamado de Reserva Inc., “que é essencialmente uma estamparia têxtil de camisetas”. “Dessa forma, consigo contribuir para que novos empreendedores tenham sua própria loja, e também viabilizar projetos relacionados à arte de modo mais ágil”, explica Rony.

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Paula, artista plástica, tem uma longa história com a moda. E ela começa nos primórdios de sua existência, ao lado da mãe, com quem aprendeu a costurar. Foram alguns anos trabalhando no mercado da moda, que a levaram ao caminho do seu coração, as artes. Hoje, faz parte de um interessante movimento chamado arte viva, que se utiliza da efemeridade da natureza para traduzir seus anseios e sonhos. Frases e palavras são bordadas em flores e folhas, que sofrem a ação do tempo. Como forma de eternizar a vida que se esmaece, cria séries fotográficas e esculturas de resina, que congelam o tempo. 

Paula Costa na produção dos bordados para a ação beneficente. Foto: Divulgação

Já a Reserva nasceu em 2004, e ter uma visão centrada no consumidor era algo novo naquele momento. Ou seja: a Reserva nasceu ao olhar o outro, com empatia para compreender o que o cliente queria de uma marca de moda masculina. Hoje, com 82 lojas em 21 Estados, sendo 32 franquias e 850 multimarcas, a Reserva segue o caminho certeiro de enxergar o homem brasileiro em sua essência. Já a EVA, braço feminino do grupo, possui oito lojas próprias, em três Estados do País, e está presente em 138 multimarcas.

Campanha da EVA, braço feminino da Reserva. Foto: Divulgação

Essa busca talvez tenha encontrado seu caminho pela humildade de seu fundador, que nunca se viu como alguém de moda. Justamente por considerar-se um “outsider”, teve uma clareza maior sobre o mercado e uma vontade imensa de entendê-lo e estudá-lo, o que impulsionou sua carreira meteórica.

Em nossa conversa, em uma tarde ensolarada dessa longa quarentena, assume pela primeira vez ser da moda, ser um apaixonado por ela e buscar sempre por esse modo de viver, de se comportar e de se vestir com propósito, e com todos os porquês que levam alguém a escolher uma marca para traduzir seu modo de vida. O consumidor consciente é o sujeito com quem iremos nos deparar quando “tudo passar”. As marcas estão preparadas para ele? A Reserva está.

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