Vargas Llosa classifica populismo como 'enfermidade da democracia'

Escritor está em Madri para lançar o livro coletivo sobre a questão assinado, entre outros, pela opositora venezuelana María Corina Machado

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Por Redação
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O escritor peruano Mario Vargas Llosa e seu filho Alvaro Foto: Emilio Naranjo/ EFE

O escritor peruano Mario Vargas Llosa criticou nesta terça-feira, 7, o populismo, que classificou de "enfermidade da democracia", ao apresentar em Madri um livro coletivo sobre a questão assinado, entre outros, pela opositora venezuelana María Corina Machado. O Nobel peruano de Literatura participou, em um ato na Casa América de Madri, da apresentação do livro "El estallido del populismo", com um prólogo seu e coordenado por seu filho Álvaro Vargas Llosa. Mario Vargas Llosa reiterou seus argumentos contra o populismo, "um fenômeno mundial" que "enterra a democracia, destrói pouco a pouco as instituições e leva os países inevitavelmente a uma catástrofe econômica". O autor de 81 anos, firme defensor do liberalismo político e econômico, mencionou a Venezuela como o caso "mais trágico", pois segundo ele se trata de "um país em que se morre literalmente de fome", e onde "a existência de um povo comum e corrente se vê ameaçada pela insensata política econômica que levou este país à beira do abismo". "O populismo hoje viralizou", afirmou seu filho Álvaro, autor do primeiro capítulo do livro, "El caso Trump". Álvaro Vargas Llosa defendeu a edição como "um livro de combate", e englobou em sua definição de populismo o partido francês ultradireitista Frente Nacional, o presidente americano, o chavismo, o castrismo, o partido espanhol de esquerda radical Podemos e o governo de Rodrigo Duterte nas Filipinas. A jornalista e dissidente cubana Yoani Sánchez, diretora do jornal digital 14ymedio.com, acusou as autoridades cubanas de terem feito da Venezuela "uma caricatura ruim" de seu sistema, promovendo ideias como "a estatização da economia" e "a estruturação do sistema ao redor de um homem". No entanto, afirmou que, diferentemente de seu país, na Venezuela continua havendo "estruturas cívicas mínimas (...) que têm permitido protestos nos dois últimos meses" contra o governo de Nicolás Maduro. "No caso cubano não vejo que possa ocorrer algo assim, porque a maioria de meus compatriotas preferem atravessar o mar com um tubarão do que com um policial", comparou Sánchez, autora de outro dos capítulos do livro. Entre os 16 autores de El estallido del populismo, lançado na Espanha, estão opositora venezuelana María Corina Machado, autora do capítulo "La tiranía chavista y la decisión de vencerla", o colombiano Plinio Apuleyo Mendoza e a ex-deputada conservadora espanhola Cayetana Álvarez de Toledo. Entre julho e agosto o livro será comercializado em toda a América Latina.

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