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Universo de Harry Potter ganha vida própria e vira esporte, música e teatro

Mesmo baseadas nas criações de J.K. Rowling, atividades atraem até quem não se considera fã da saga

Por Jonas Lírio
Atualização:

Quem acha que o quadribol é praticado somente por bruxos está bem enganado. Há quase 20 anos, quando Harry Potter descobriu que tinha poderes mágicos, J.K. Rowling introduziu ao mundo um universo mágico que se transformou em livros, filmes, videogames e até parque de diversões. Mas o esporte fictício quadribol, que hoje tem patrocínio de universidades internacionais e até uma copa do mundo, é só uma das criações de Rowling que virou realidade.

A saga também inspirou a concepção do wizard rock – subgênero musical que usa o universo da série em suas letras – e de diversas outras histórias, produções e até peças de teatro, como A Very Potter Musical, que lançou o ator Darren Criss (o Blaine do seriado Glee) ao estrelato em 2009. E mesmo ganhando força por causa dos fãs, as atividades atraem até quem não se interessa tanto pela saga.

Nos livros e filmes, os bruxos jogam o quadribol montados em vassouras voadoras; esporte foi adaptado ao mundo sem elas Foto: Ajantha Abey Quidditch Photography

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Mas com as poucas novidades da franquia, sem grandes lançamentos desde o último filme, em 2011, as criações inspiradas no mundo bruxo têm diminuído o ritmo, o que deve mudar em breve. “A chegada de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada e do filme Animais Fantásticos e Onde Habitam esse ano sem dúvida vai aumentar o número de curiosos interessados em ver como funciona o quadribol”, diz Diogo de Vasconcellos, presidente da Associação Brasileira de Quadribol.

De todas as atividades inspiradas pela saga, essa é a que mais se distanciou de seu universo original, espalhando-se pelo mundo como um esporte que quer ganhar reconhecimento próprio. “Algumas pessoas acham incrível, outras acham ridículo. Infelizmente, poucas se arriscam a experimentar o jogo, seja por preconceito ou por achar que é um esporte apenas para fãs”, conta Diogo.

Não é o caso de Roberto Malta, que representou o Brasil na Copa Mundial de Quadribol deste ano em Frankfurt, na Alemanha, e não se considera fanático por Harry Potter. “Eu pratico quadribol porque é um esporte envolvente e diferente, além de ser carregado de estratégia. Fui chamado por jogadores da minha universidade nos EUA, resolvi ver como era o esporte na vida real e logo me apaixonei”, diz.

O quadribol virou esporte até para quem não é lá muito fã do universo de Harry Potter Foto: Ajantha Abey Quidditch Photography

Dentre os adeptos do wizard rock, a discussão entre limitar-se ao universo de Rowling ou expandir o subgênero é polêmica. “Você não acha que Beethoven era um bruxo? Dá para imaginar uma versão country de Harry Potter?”, pergunta o WizardRock.org, site que agrega informações sobre o gênero. Criado por dois irmãos que montaram a banda Harry and the Potters, o estilo se popularizou na internet, mas nunca conseguiu escapar do rótulo de “coisa de fã”.

Já com os criadores da peça A Very Potter Musical, o distanciamento da saga foi natural. Produzido por um grupo de amigos na Universidade de Michigan em 2009, a paródia musical fez tanto sucesso que os incentivou a fundarem uma companhia de teatro – hoje com dez produções no histórico, só uma baseada no mundo bruxo.

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Se, por um lado, J.K. Rowling continua administrando sua criação com pulso firme – a peça e o roteiro de Harry Potter and the Cursed Child têm quebrado recordes mundo afora –, por outro, muitos mais“Harrys” devem aparecer nos palcos em adaptações não oficiais, talvez até acompanhados dos personagens de Animais Fantásticos e Onde Habitam, longa que promete expandir ainda mais o universo de Rowling e deve inspirar fãs no mundo todo. Resta saber se quem não gosta tanto da saga vai se interessar pelas novidades também.

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