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'The Anglo Files' mostram visão de uma americana sobre ingleses

Por STEVE JAMES
Atualização:

Qual é o problema dos ingleses? Eles podem parecer mais cultos e espirituosos que os norte-americanos, mas não serão na realidade reprimidos, mal-educados, irados e obcecados por classe social? É em parte assim que são retratados em um livro novo intitulado "The Anglo Files", da jornalista americana Sarah Lyall, que os estudou na própria Inglaterra. "Quando você vem dos EUA para cá, pensa que as pessoas vão gostar de você, mas há um sentimento de hostilidade e inveja", disse em entrevista telefônica Lyall, que escreve no The New York Times. Lyall é casada com um inglês, fato que lhe confere uma visão mais aguçada do caráter inglês. E tem duas filhas que estão crescendo britânicas, "apesar de meus esforços para americanizá-las". Ela vive na Grã-Bretanha há 13 anos e já fez reportagens sobre temas como a morte da princesa Diana e os atentados a bomba no metrô de Londres. "Amo este país mas acho que nunca vou me ambientar aqui, não importa quanto tempo permaneça", ela explicou. Em seu livro ela pinta um retrato de um povo às vezes excêntrico, mas escreve com afeto sobre os habitantes de seu país de adoção. Ela descreveu seu livro como "retrato de uma nação finalmente reformada e pronta para o século 21". Em capítulos distintos, falou da abordagem singular dos ingleses ao sexo e tratou de seus hábitos alcoólicos. Sua descrição da decadência da Câmara dos Lordes abrange personagens simpáticos e excêntricos que ela considerou "estranhos e anacrônicos, mas admiráveis". Mas é quando examina o lado pessoal da psique inglesa que Lyall realmente mostra como estes diferem de seus primos americanos. Ela disse que a sociedade britânica é tão dividida por diferenças sociais que a simples escolha de uma palavra, como "toalete", é capaz de revelar a origem social de uma pessoa. E a falsa modéstia inglesa realmente a irrita. "Se meu marido ganhasse o Prêmio Nobel da Paz, eu diria 'fantástico', mas ele diria apenas 'nada mau'. As pessoas deveriam poder me dizer que algo é bom", comentou.

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