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Relembre livros que narraram epidemias como a do novo coronavírus

Mary Shelley, Stephen King e Margaret Atwood estão entre os escritores que exploraram essa temática na ficção científica

Por André Cáceres
Atualização:

Em meio ao surto global do novo coronavírus, um romance improvável vem ganhando posições nas listas de livros mais vendidos em países da Europa e no Japão: A Peste (1947), de Albert Camus

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Nessa obra, o escritor argelino, laureado com o prêmio Nobel de Literatura em 1957, imagina uma doença transmitida de ratos para humanos no vilarejo de Orã, na Argélia. 

Diversas obras de ficção científica especularam sobre epidemias virais como a que o mundo enfrenta atualmente. Em entrevista recente ao Estado, o escritor americano Kim Stanley Robinson explicou por que isso acontece: 

“A ficção científica não tenta prever o que realmente acontecerá, isso seria impossível, mas sim submergir o leitor em um cenário possível, para que haja troca de experiência. Isso é muito valioso para orientar-se no mundo real, com a ideia de que posteriormente será mais fácil compreender quais ações tomar”.

Relembre outros livros de ficção científica sobre epidemias como a do novo coronavírus:

O Último Homem (1826) - Mary Shelley

Em O Último Homem, publicado em 1826 pela autora de Frankenstein, Mary Shelley imagina um mundo devastado por uma praga. O romance foi lançado meio século antes do cientista Robert Koch declarar que microorganismos podiam provocar doenças em seres humanos, mostrando como Mary Shelley foi uma autora pioneira na ficção científica. Editora: Landmark. 496 pág., R$ 64. 

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Cena de 'Eu Sou a Lenda' (2007), filme de Francis Lawrence inspirado no romance de Richard Matheson Foto: Warner Bros

Eu Sou a Lenda (1954) - Richard Matheson

O romance mais bem-sucedido de Richard Matheson foi adaptado para o cinema três vezes e ajudou a sedimentar não apenas a ficção pós-apocalíptica, mas também as histórias de zumbis. Eu Sou a Lenda narra o drama de Robert Neville, único e improvável sobrevivente de uma pandemia que transforma todos os habitantes de sua cidade em criaturas violentas. Editora: Aleph. 384 pág., R$ 43.

O Enigma de Andrômeda (1969) - Michael Crichton

Que o autor de Jurassic Park e Westworld gosta de criar cenários apocalípticos, não é nenhum segredo. Em O Enigma de Andrômeda, uma cidade no interior do estado americano do Arizona é dizimada por um micróbio vindo do espaço em um satélite militar. A partir dessa tragédia, o romance narra os esforços científicos para conter o surto provocado por essa forma de vida alienígena.  Editora: Aleph. 304 pág., R$ 30

Cena de 'O Enigma de Andrômeda' (1971), filme de Robert Wise inspirado no livro de 1969 de Michael Crichton Foto: Universal Pictures

A Dança da Morte (1978) - Stephen King 

O mestre do horror Stephen King se aventurou na ficção distópica em A Dança da Morte, na qual uma cepa do vírus influenza geneticamente modificada para fins militares acaba sendo liberada na sociedade. O romance narra o colapso social que se segue a esse ataque biológico, matando 99% da população. Editora: Suma. 1.248 pág., R$ 75. 

Clay’s Ark (1984) - Octavia E. Butler

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Ainda inédito no Brasil, Clay’s Ark se passa em um futuro distante no qual a humanidade é infectada por um microorganismo alienígena que nos usa como hospedeiros para se reproduzir. Editora: Open Road. 228 pág., R$ 328.

Snow Crash (1992) - Neal Stephenson

O escritor William S. Burroughs dizia que a linguagem é um vírus que veio do espaço. Se é verdade, não se sabe, mas o autor Neal Stephenson deve ter se inspirado nessa ideia em Snow Crash, último grande romance do movimento cyberpunk, que mistura hackers, vírus de computador e um vírus neurológico-linguístico. Editora: Aleph. 561 pág., 36

Cena do filme 'Ensaio Sobre a Cegueira', de Fernando Meirelles, inspirado no livro de José Saramago Foto: 20th Century Fox

Ensaio Sobre a Cegueira (1995) - José Saramago

O Nobel de Literatura português José Saramago nunca esclareceu se a doença de Ensaio Sobre a Cegueira era causada de fato por um vírus. No entanto, a trama segue um padrão muito semelhante ao de uma epidemia, em que os infectados perdem a visão e a sociedade entra em colapso. Editora: Companhia das Letras. 312 pág., R$ 50

The Years of Rice and Salt (2002) - Kim Stanley Robinson

Um dos subgêneros da ficção científica é a história alternativa, que especula as consequências de eventos históricos que não aconteceram. Em The Years of Rice and Salt, ainda inédito no Brasil, Kim Stanley Robinson, conhecido por construir panoramas amplos em seus livros, imagina o que aconteceria se a peste negra tivesse devastado toda a Europa durante a Idade Média, mostrando como impérios asiáticos, árabes e africanos lutariam entre si pela hegemonia global. Editora: Spectra. 784 pág., R$ 219.

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Oryx e Crake (2003) - Margaret Atwood

Falando sobre manipulação genética, mudanças climáticas e a irresponsabilidade do avanço tecnológico, Oryx e Crake dá início a uma trilogia de Margaret Atwood em que a autora de O Conto da Aia mostra um cenário pós-apocalíptico no qual um vírus geneticamente modificado quase mata toda a humanidade, deixando apenas algumas pessoas — que também passaram por engenharia genética. Editora: Rocco. R$ 352 pág., R$ 28

Guerra Mundial Z (2006) - Max Brooks

Continuação do livro O Guia de Sobrevivência Zumbi, Guerra Mundial Z é um relato de uma pandemia que transforma os infectados em mortos-vivos sedentos por sangue. O livro foi tido como uma projeção tão realista do que poderia acontecer nesse tipo de catástrofe que Max Brooks foi procurado para dar consultoria militar aos EUA. Editora: Rocco. R4 368 pág., R$ 28.

Brad Pitt protagoniza adaptação de 'Guerra Mundial Z', tão realista que Max Brooks chegou a prestar consultoria a militares Foto: Paramount Pictures
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