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‘Raios e Trovões’, livro de Bruno Capelas, faz leitor viajar no tempo

Repórter do ‘Estado’ lança livro sobre ‘Castelo Rá-Tim-Bum’, sucesso da TV Cultura

Por Eliana Silva de Souza
Atualização:

Um livro que certamente vai atingir em cheio toda uma geração, proporcionando uma verdadeira viagem no tempo. Raios e Trovões – A História do Fenômeno Castelo Rá-Tim-Bum (Summus Editorial), do jornalista do Estado Bruno Capelas, surge da vivência do próprio autor, que é dessa turma que nasceu nos anos 1990 e acompanhou diariamente as aventuras de Nino, Pedro, Biba, Zeca e tantos outros personagens, que marcaram uma fase extremamente criativa e importante da TV Cultura. A obra, que trata da importância do programa infantil para a emissora e para as crianças, será lançado no dia 27, às 18h30, na Livraria da Vila. 

Elenco da série 'Castelo Rá-Tim-Bum' Foto: Marisa Cauduro

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Seguindo a trajetória dos infantis de sucesso da TV Cultura, como é o caso de O Mundo da Lua, Capelas tem como ponto de partida a incrível mostra com os cenários do icônico programa da TV Cultura Castelo Rá-Tim-Bum – A Exposição, que ocupou as instalações do Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, em 2014, e que foi vista por mais de 400 mil pessoas. O sucesso foi tamanho que obrigou o museu a mexer em seus horários para poder atender a todos os interessados. Na mesma linha, em 2017, o Memorial da América Latina sediou uma nova exposição, Rá-Tim-Bum, o Castelo, que atraiu um público de pelo menos 800 mil pessoas.

O mais relevante, no entanto, é que tudo isso se deu por se tratar de um programa que marcou a infância de muita gente, crianças e adultos. Todos queriam ver de perto o porteiro pedindo a senha para liberar a entrada, o quarto do Nino e a árvore no meio da sala. É esse um dos motivos que levaram Capelas a se debruçar sobre o tema e colocar tudo em formato de livro, que teve início como um trabalho de conclusão de curso na faculdade. 

“Sou geração Cultura e, como outros que nasceram nos anos 1990, também cresci vendo esses programas, Castelo Rá-Tim-Bum, Mundo da Lua, X-Tudo”, conta o autor, explicando a razão de ter escolhido o tema. “Tinha que ser sobre algo que eu quisesse muito falar, alguma coisa muito minha, daí pensei no Castelo, pois ninguém tinha escrito sobre ele”, completa.

Fã assumido dos inúmeros programas da Cultura, Capelas contou com uma boa parcela de sorte para sua pesquisa. “Parte dela eu fiz em 2014. O Castelo estava comemorando 20 anos quando a exposição foi montada, o que me ajudou muito a conseguir encontrar algumas pessoas, principalmente os profissionais que trabalharam por trás das câmeras”, revela Capelas, que afirma que quis dar espaço a esses profissionais que pouco aparecem.

Como destaca o jornalista, quando se fala em Castelo Rá-Tim-Bum, sempre se tem em mente nomes como os criadores Cao Hamburger e Flávio de Souza ou de Anna Muylaert, coordenadora de textos. “Quis mostrar que o Castelo é uma construção de muita gente, como o Silvio Galvão, que fez a árvore, a maquete, o jardim”, afirma.

O que Capelas expõe no livro é fruto de mais de 30 entrevistas, muita pesquisa de acervo, horas debruçado em material recheado de curiosidades, com cada capítulo contando uma história diferente que ajuda a elucidar a trajetória bem-sucedida da atração. Aos poucos, ele vai revelando curiosidades, como o fato de a abertura ter sido feita de trás para frente ou como era rotina de gravações. “Certa vez, teve uma enchente no cenário e todo mundo ajudou, ficando de joelho no chão, a repintar tudo”, conta, emocionado, o escritor, que aos poucos vai detalhando a trajetória do Castelo.

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“Entre tantas divertidas curiosidades, o leitor vai descobrir, por exemplo, que o quarto do Nino foi um improviso, pois, na verdade, era para ser um portal, que levaria para qualquer lugar do castelo”, explica.

]Para o autor, o sucesso dos programas infantis da Cultura tem relação com quem produzia o material. “Era um monte de gente que se encontrou no Castelo. A trilha sonora era Grupo Rumo, do Karnak, o Flávio de Souza era do grupo de teatro Pod Minoga, o Cao tinha feito curta-metragem de massinha ECA.” Com o programa, a TV Cultura inovou, passou por cima das dificuldades, mas optou por não dar continuidade ao trabalho, conta Capelas. “O Roberto Muylaet, que montou essa estrutura na emissora, saiu e, na sequência, houve corte de verbas. Mas foi um momento muito rico.”

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