21 de janeiro de 2022 | 11h25
Um livreiro de Porto Alegre fez uma inesperada e bem vinda descoberta. Ao folhear um livro do poeta Mario Quintana (1906-1994), adquirido de uma coleção particular composta por mais de 5 mil volumes, George Augusto descobriu um manuscrito com um poema inédito, Canção do Primeiro do Ano. A notícia foi divulgada pelo jornal Zero Hora.
Frases marcantes de Mario Quintana
Amarelado, o manuscrito traz a assinatura do poeta e a data de 1º de janeiro de 1941. A grafia da letra pareceu ser autêntica, depois de comparada a outros registros comprovadamente escritos pelo poeta.
O livro e o manuscrito foram comprados pela Associação Amigos da Biblioteca Pública Estadual do Rio Grande do Sul, que vai incorporá-los em seu acervo. O poema também deverá ser exposto na Casa de Cultura Mario Quintana, local onde o poeta viveu, em Porto Alegre.
Leia a transcrição do poema encontrado no manuscrito:
Pelas estradas antigas
As horas vêm a cantar.
As horas são raparigas,
Entram na praça a dançar.
As horas são raparigas…
E a doce algazarra sua
De rua em rua se ouvia.
De casa em casa, na rua,
Uma janela se abria.
As horas são raparigas
Lindas de ouvir e de olhar.
As horas cantam cantigas
E eu vivo só de momentos,
Sou como as nuvens do céu…
Prendi a rosa dos ventos
Na fita do meu chapéu.
Uma por uma, as janelas
Se abriram de par em par.
As horas são raparigas…
Passam na rua a dançar.
As horas são raparigas
Lindas de ouvir e de olhar.
As horas cantam cantigas
E eu vivo só de momentos,
Sou como as nuvens do céu…
Prendi a rosa dos ventos
Na fita do meu chapéu.
Uma por uma, as janelas
Se abriram de par em par.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.