O ano de 2016 foi bom para os quadrinhos

O mangá ainda é o gênero dominante do setor, seguidos das aventuras de super-heróis e dos graphic novels

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Por AFP
Atualização:

Enquanto o 44º festival internacional de quadrinhos de Angoulême, na França, abre nesta quinta-feira, o último relatório anual da Associação de Críticos de Quadrinhos (ACBD) aponta para uma produção estável no setor, em um mercado em ligeiro crescimento.

Segundo o relatório, publicado no final de dezembro por Gilles Ratier, secretário geral da ACBD, um total de 5.305 livros de quadrinhos (incluindo 3.988 novidades) foram publicados em 2016 no mercado de língua francesa europeu, um aumento de 0,9% em relação ao ano anterior.

Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, na França Foto: GEORGES GOBET/AFP

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De acordo com dados provisórios da Livres Hebdo/Electre (os números definitivos serão conhecidos no final de janeiro), a produção de HQ representaram 6,9% da produção editorial global sobre o mercado francês.

Nos primeiros nove meses de 2016, as vendas de quadrinhos aumentaram cerca de 0,5% em euros correntes, enquanto o mercado editorial como um todo caiu 0,6%.

Em 2015 (os números de 2016 serão disponibilizados em fevereiro de 2017) as receitas do setor foram de mais de 458,5 milhões de euros apenas para a França.

No total, 384 editoras ocupavam o mercado dos quadrinhos em 2016, mas apenas três poderosos grupos (Média-Participations com as marcas Dargaud, Dupuis e Le Lombard; Delcourt e Glénat) dominam o mercado editorial.

Esses três grupos totalizam 34,2% da produção e 54% das vendas.

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Segundo o instituto GfK, esses três grupos venderam 39,1 milhões de livros em 2016, seja 458,4 milhões de euros no mercado francês.

O mangá ainda é o gênero dominante do setor, com 1.575 títulos publicados em 2016 contra 1.558 álbuns "franco-belgas" (HQ tradicional), 494 comics (opus de super-heróis americanos) e 361 "graphic novels".

A indústria do mangá foi avaliada pela GfK em 2016 a 103,2 milhões de euros, com 13,7 milhões de volumes vendidos na França.

Entre os álbuns franco-belga, o humor é uma aposta segura com 418 títulos, à frente das séries históricas (381 títulos) e livros infantis (370 títulos).

CRIAÇÃO

O relatório da ACBD contabilizou 1.597 chargistas ou escritores que publicaram pelo menos um álbum em 2016 (contra 1.602 em 2015).

Mas apenas 1.419 autores europeus de quadrinhos francófonos vivem de sua arte e, em sua grande maioria, esses autores têm muita dificuldade em viver decentemente de seu trabalho.

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Além disso, o setor ainda é muito restrito para as mulheres, com apenas 182 autoras de quadrinhos (12,8%) identificadas.

Em 2016, 95 álbuns tiveram mais de 50.000 cópias impressas.

"Lucky Luke, La terre promise" (Lucky Comics), de Jul e Achdé, dominou o mercado com 500.000 cópias, à frente do 24º álbum de Blake e Mortimer, "Le testament de William S." (Blake & Mortimer) de Yves Sente e André Juillard (400.000), o sétimo opus de "Lou" (Glénat) de Julien Neel (300.000) e da terceira parte de "L'Arabe du futur" (Allary) de Riad Sattouf (220.000).

Entre os comics, apenas dois volumes de "The Walking Dead" (Delcourt Comics) estão neste ranking (100.000 exemplares cada).

Para os mangás, "One-Punch Man" (Kurokawa) ganha com cinco volumes acima das 130.000 cópias.

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