Magnata de Hollywood recorda Elvis e Sinatra em livro de memória

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Por MARK EGAN
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Ele trabalha há décadas com astros que vão de Elvis Presley e Frank Sinatra a Brad Pitt e George Clooney, mas agora é hora de o produtor de Hollywood Jerry Weintraub ocupar o centro das atenções e brilhar como um astro. Uma coisa que não falta ao garoto que cresceu no Bronx e virou magnata do showbusiness é confiança, neste momento em que divulga sua autobiografia "When I Stop Talking, You'll Know I'm Dead -- Useful Stories from a Persuasive Man" (Quando eu parar de falar, vocês saberão que estou morto - Histórias úteis de um homem persuasivo). Indagado sobre sua idade, ele diz: "Tenho 72 anos. Estou ótimo para alguém de 72, certo?." Diga a ele que tem um sorriso simpático, e ele responde: "Você deveria me ver quando recebo um cheque." Pergunte a ele o que gostaria de ver inscrito sobre seu túmulo, e, gargalhando, ele responde: "Estive aqui e fiz." "Uma coisa eu garanto: não deixei passar nada", acrescenta. Lançado esta semana pelo selo Twelve da editora Hachette Books, o livro narra as memórias de um nova-iorquino corajoso e trabalhador que, graças a sua persistência e seu charme, fez sucesso aos 26 anos ao convencer o coronel Tom Parker que era o promoter certo para levar Elvis Presley de volta à estrada para uma turnê nacional de concertos. Falando de sua filosofia de negócios, Weintraub diz: "Nunca ouvi a palavra 'não'. A única palavra que ouço é 'sim'." TARZAN E LIBERACE Entre os projetos nos quais Weintraub está trabalhando no momento estão um novo filme sobre Tarzan e uma cinebiografia de Liberace a ser dirigida por Steven Soderbergh, com Michael Douglas no papel do pianista bombástico e Matt Damon como seu namorado. Indagado sobre o que o faz continuar a trabalhar, Weintraub responde: "Não sei o que mais eu gostaria de fazer. Eu jogo golfe, mas não mais de duas vezes por semana." Weintraub já trabalhou com um "quem é quem" do mundo do showbusiness. Como promoter de sua empresa Concerts West ele trabalhou com Frank Sinatra, Bob Dylan, Led Zeppelin e John Denver. Mais tarde, como produtor de cinema, trabalhou com todo o mundo, desde George Burns no filme "Alguém Lá em Cima Gosta de Mim", de 1977, até George Clooney e Brad Pitt em "Onze Homens e Um Segredo." Mas, indagado sobre os momentos memoráveis de sua carreira, ele fala de uma conexão simples com seu pai. "Ele não entendia o que eu fazia para ganhar a vida. Não entendia como eu poderia estar dirigindo um Rolls Royce e ter uma mansão em Los Angeles. Ele falou: 'Você nunca foi tão inteligente assim'." Então Weintraub levou seu pai para tomar um café da manhã em frente ao Madison Square Garden, onde fãs estavam fazendo fila desde a noite anterior para comprar ingressos por 10 dólares para assistir a Elvis Presley. Weintraub recorda que disse a seu pai: "Eles vão comprar ingressos para o show do Elvis e isso é meu dinheiro - é isso o que eu faço." "Então ele entendeu. Foi importante para mim - aquele momento em que meu pai compreendeu o que eu fazia." O livro é repleto de histórias sobre um tempo em que as coisas eram mais simples. Há um incidente em que ele pagou a um xerife para levar detentos a ocupar assentos em uma sala de concertos para que Elvis acreditasse que a lotação estava esgotada, e outro em que ele pintou de preto caixas de papelão para fazer o Led Zeppelin acreditar que havia mais alto-falantes no teatro, convencendo-os que sua música tinha sido mais amplificada. E, como nenhuma autobiografia estaria completa sem alguma coisa sobre religião e política, vemos Weintraub discutindo com Burns sobre se Deus deve ou não usar topete postiço e contando como, apesar de ser democrata desde sempre, ficou amigo do presidente George H. W. Bush. Ao longo de todo o livro, Weintraub detalha a história de um homem que se pautou por regras simples na vida e no trabalho: se você não souber, pergunte; quando outra pessoa está falando, ouça; seja honesto e trabalhe muito. "Tive muita sorte e trabalhei muito", disse Weintraub. "Eu era um garoto do Bronx e não tinha nada, mas fiz tudo isso funcionar. Tive uma vida meio maluca."

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