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Livro mostra ação de mulheres jornalistas em zonas de guerra

Publicação traz relatos dos profissionais e dicas de sobrevivência em ambientes hostis

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Por Redação
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Jornalistas homens e mulheres enfrentam graves perigos ao trabalharem em zonas de conflito, mas, para as mulheres, as condições de trabalho costumam ser mais complexas, segundo um novo livro. "No Woman's Land: On the Frontlines with Female Reporters" ("terra que não é para mulheres: nas linhas de frente com mulheres repórteres", em tradução aproximada), publicado pelo Instituto Internacional da Segurança Noticiosa (Insi, na sigla em inglês), traz 40 ensaios escritos por profissionais da imprensa que descrevem suas dificuldades nesse trabalho. Ele também contém dicas de sobrevivência em ambientes hostis. A inspiração para o livro foi o caso de Lara Logan, repórter da rede norte-americana CBS, que sofreu agressões físicas e sexuais na praça Tahrir, no Cairo, no dia em que o presidente Hosni Mubarak foi deposto por uma rebelião popular-militar, em 2011. ""(O livro) se destina a examinar o que podemos fazer, como podemos nos preparar, o que deveríamos saber antes de viajar como jornalistas para situações que podem potencialmente tirar nossas vidas, ou nos ferir mortalmente, ou nos privar da nossa dignidade", escreve Logan. A recomendação dela é pesquisar antes sobre a região, e ter cautela ao andar por ambientes perigosos e apurar reportagens. "No Sul da Ásia, costuma ser difícil fazer reportagem nas ruas sem atrair uma multidão, e até que Lara Logan fosse atacada no Cairo, eu costumava minimizar as encaradas diretas e a constante esfregação na minha bunda como meras inconveniências", escreve uma profissional anônima. "Agora, estou mais cautelosa, e tento sempre planejar uma saída rápida se for necessário", disse. "Fazemos nosso trabalho porque amamos o que fazemos", acrescenta ela. "Como mulher, às vezes você está em posição mais fraca, às vezes em posição mais forte, e você precisa se ajustar de acordo com isso, e às vezes tomar mais precauções." Lyse Doucet, da BBC, disse que o incidente com Logan na praça Tahrir tornou as jornalistas ocidentais no Cairo mais cautelosas. "As jornalistas começaram a procurar umas às outras", escreve Lea. O lançamento de "No Woman's Land" acontece na quinta-feira, Dia Internacional da Mulher, na sede londrina da Thomson Reuters, onde funciona o Insi. A renda do livro será destinada a treinamentos de segurança para mulheres jornalistas. Chris Cramer, editora especial da Reuters, é presidente de honra do Insi. O livro tem fotos da Reuters. (Texto de Julie Mollins)

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