Há um ano morria o escritor Rubem Fonseca e seus livros e HQ ganham novas edições

Um dos grandes nomes da literatura brasileira, Rubem Fonseca morreu em 15 de abril de 2020

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Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:
Rubem Fonseca, na Feira do Livro de Guadalajara no México, em novembro de 2007 Foto: AP/Guillermo Arias

Há um ano, no dia 15 de abril de 2020, o escritor Rubem Fonseca morria, vítima de um enfarte, no Rio de Janeiro. Ele tinha 94 anos. Um dos principais nomes da literatura brasileira, nome fundamental da literatura policial e autor de obras como Agosto e Feliz Ano Novo, Rubem Fonseca, atuante até o fim, tem tido sua obra relançada com novo projeto gráfico, pela Nova Fronteira, desde o ano passado.

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As novas edições chegam às livrarias com prefácios ou posfácios e novas capas. Já foram relançados Agosto, Feliz Ano Novo, O Seminarista, Bufo e Spallanzani e Amálgama.

Outras obras estão no prelo da editora. O próximo relançamento, programado para maio, será Calibre 22, que ganhou texto crítico do escritor André de Leones. Estão previstos, ainda para este ano, O Cobrador, O Caso Morel, José e Axilas e Outras Histórias Indecorosas.

Novas capas dos livros de Rubem Fonseca Foto: Reprodução Estadão

Também em 2021, será lançada uma nova edição da HQ O Seminarista, com o texto de Rubem Fonseca e ilustrações de Rodrigo Rosa. Embora esta graphic novel tenha sido publicada originalmente em 2017, ela só teve uma pequena edição, vendida para escolas.

A obra de Rubem Fonseca

Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 11 de maio de 1925. Antes de escolher pela literatura, ele se formou em Direito na UFRJ e construiu uma carreira de seis anos na polícia civil, como comissário, em São Cristóvão. Ele também foi office-boy, escriturário, nadador, revisor de jornal, professor de administração pública na FGV e executivo da Light no Rio.

Seus primeiros contos publicados apareceram nas revistas O Cruzeiro e Senhor, no início dos anos 1960, e sua estreia, em livro, foi em 1963, com a reunião de contos Os Prisioneiros. Depois viriam os seus livros mais conhecidos, que o consagraram como escritor de literatura policial. Lúcia McCartney, O Caso Morel, A Grande Arte e Agosto, que foi adaptado pela TV Globo, em minissérie homônima nos anos 1990. Boa parte de sua obra foi adaptada para o cinema e para a televisão.

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Vencedor do Prêmio Camões em 2003, o mais prestigioso da literatura em língua portuguesa, Rubem Fonseca ganhou cinco Jabutis na categoria conto, pelos livros Lúcia McCartney (1969), O Buraco na Parede (1995), Secreções, Excreções e Desatinos (2001), Pequenas Criaturas (2002) e Amálgama (2014). Ganhou também em romance, com A Grande Arte (1983). 

Em 2012, ele ganhou o Prêmio Casino da Póvoa, destinado a autores de língua portuguesa e espanhola editados em Portugal, com o livro Bufo & Spallanzani. Recluso, ele compareceu ao Festival Correntes D’Escrita para receber o prêmio. Em 2015, ele ganhou o Prêmio Machado de Assis e foi à Academia Brasileira de Letras para recebê-lo, quando fez um discurso de 10 minutos. “Sou um homem idiossincrático e idiossincrasias não se explicam”, disse na ocasião.

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