Grupo judaico pede a editora que retire livro sobre Anne Frank

Recente lançamento trouxe um ângulo inédito para a célebre história: a traição de um tabelião judeu

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Por Anthony Deutsch
Atualização:

AMSTERDÃ - O principal grupo para as comunidades nacionais judaicas da Europa pediu à editora HarperCollins que retire da sua lista de títulos livro que sugere que um tabelião judeu traiu Anne Frank, dizendo que isso manchou a memória da adolescente e a dignidade dos sobreviventes do Holocausto.

A editora norte-americana lançou a edição em inglês de "Quem traiu Anne Frank?" (The Betrayal of Anne Frank), de Rosemary Sullivan, em 18 de janeiro.

Boneco de cera de Anne Frank no museu Madame Tussaud em Berlim, em 2008 Foto: Tobias Schwarz/Reuters

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A edição causou repercussão por apontar Arnold van den Bergh como o principal suspeito de expor o esconderijo da família aos nazistas. Pesquisadores independentes posteriormente criticaram as descobertas do livro.

A editora holandesa do livro, Ambo Anthos, suspendeu nesta semana a impressão e pediu desculpas, dizendo ter dúvidas sobre a metodologia por trás das conclusões, de acordo com um e-mail interno visto pela Reuters. 

HarperCollins, uma subsidiária da News Corp, não respondeu a diversos pedidos de comentários. Ambo Anthos não quis comentar.

O Congresso Judaico Europeu, com sede em Bruxelas e que representa 42 comunidades nacionais, pediu à HarperCollins que considere remover o livro e se distanciar de sua "reivindicação potencialmente incendiária... em um momento em que o antissemitismo e a negação e distorção do Holocausto estão em ascensão."

"Em nossa opinião, a publicação... feriu profundamente a memória de Anne Frank, bem como a dignidade dos sobreviventes e vítimas do Holocausto", escreveu em 1º de fevereiro o presidente do congresso, Moshe Kantor, ao presidente-executivo da HarperCollins, Brian Murray, em uma carta vista pela Reuters.

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