DC Fandome: maratona virtual de gibis para mobilizar a cultura pop

Recheado de estrelas para badalar séries e filmes, evento promove renovação nas HQs de super-heróis dos EUA, movimentando o mercado editorial

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Por Rodrigo Fonseca
Atualização:

Grife por trás de fenômenos de bilheterias como o Aquaman de James Wan e do oscarizado Coringa (Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2019), a DC Comics abriu suas portas em 1934, criada pelo empresário do mercado editorial Major Malcolm Wheeler-Nicholson (1890-1965), sob a razão social de National Allied Publications, com o sonho de se tornar a maior usina de HQs de super-herói da história da cultura pop. 

Concorrentes como a Marvel, a Dark Horse e a Image tentaram lhe tirar o protagonismo e estão até hoje em seu encalço. Ofensivas dos executivos marvetes, sobretudo no cinema, já desequilibraram a empresa - associada à Warner Bros. e, agora, na era do streaming, a HBO Max – muitas vezes, mas nunca desafiaram o poder de comunicação popular de sua Mulher-Maravilha, reinventada nas telas pela atriz Gal Gadot, e do Superman, que, esta semana, voltou aos holofotes quando seu filho e sucessor revelou ser bissexual. Mas a partir das 16h deste sábado, a editora que lançou marcos como Watchmen e Sandman vai expandir sua visibilidade por terrenos que nem a Comic-Con de San Diego (e tampouco a sua versão nacional, a CCXP) jamais alcançaram, na forma da maratona virtual DC Fandome

O anti-herói Adão Negro, que será interpretado por Dwayne Johnson, o The Rock, em filme da Warner Bros. Foto: DC Fandome/Divulgação

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Será um evento promocional de séries, de filmes e, em especial de gibis, com títulos inspirados pelo rol de vigilantes da empresa que deu mega-sellers como O Cavaleiro das Trevas às gibiterias nos anos 1980. Passarão por lá estrelas como Gadot, Margot Robbie, Colin Farrell, Zoë Kravitz, Dwayne The Rock Johnson, Ezra Miller, Pierce Brosnan para promover longas-metragens e seriados com DNA quadrinístico. Toda a programação vai ter legendas em português do Brasil, além de outras 12 línguas diferentes, e pode ser acessada em www.DCFanDome.com ou via Twitch, YouTube, Facebook e Twitter.

No campo audiovisual, a DC Fandome promete mobilizar nerds com prévias de Peacemaker, a série de James Gunn com John Cena sob o elmo do Pacificador, e de Flashpoint, que traz Michael Keaton de volta a Gotham City, 29 anos depois de Batman, O Retorno. Igualmente esperado é o material inédito de Adão Negro a ser revelado, com The Rock no papel do guardião de Kahndaq, um reino que parece saído das Mil e Uma Noites, mas assombrado pelo terrorismo. Ao lado de Adão vão estar o Gavião Negro (Aldis Hodge), o Sr. Destino (Brosnan) e o Esmaga-Átomo (Noah Centineo). 

De todos os painéis, o mais esperado se dedica a The Batman, de Matt Reeves, prometendo um trailer zero km das aventuras do jovem Bruce Wayne, confiado a Robert Pattinson. Cheio de controvérsias por suas escalações atípicas – como confiar o Pinguim a um galã como Farrell e confiar o Charada a Paul Dano -, o filme estreia em março com a possibilidade de se tornar um fenômeno, mas com chance de desagradar parte dos fãs. 

O papel do Fandome é testar tal dicotomia. Mas não só isso: a missão número um do evento é promover uma nova fornada de graphic novels que prometem movimentar milhares de dólares nas gibiterias e nas bancas. No Brasil, é a Panini Comics que lança a DC. Confira a seguir o que haverá de novidade para ser lido por quem vive com a cabeça em Metrópolis, em Gotham, em Central City, Apokolips...

Wonder Woman Day Special Edition #1: Além de lançar um álbum ilustrado de cem páginas (com histórias ilustradas por José L. García López, Amy Reeder, Paulina Ganucheau e Jim Cheung) para comemorar os 80 anos da Mulher-Maravilha, que fez sua estreia nos quadrinhos na revista All Star Comics #8 de 21 de outubro de 1941, a DC celebra a efeméride da Princesa das Amazonas com uma prévia da saga The Lies, de Greg Rucka e Liam Sharp. Na trama, o Laço de Héstia, principal arma da personagem, perde seu poder de extrair verdades.

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Batman - O Impostor: Eis a maior aposta de todo o mercado de HQs dos EUA para alavancar vendas milionárias em 2021. É uma minissérie vitaminada pela arte sombria de Andrea Sorrentino. O roteiro de Mattson Tomlin dialoga com o filme estrelado por Pattinson, previsto para estrear em março. Na trama, o jovem Bruce Wayne caça um assassino que finge ser um vigilante. Na trama, a detetive Blair Wong voltou sua atenção para Wayne como uma fonte de informações sobre o paradeiro do Morcegão. Já está à venda no Brasil, online.

Amethyst - Princess of Gemworld: No Brasil dos anos 1980, a extinta Superamigos, da ed. Abril, consagrou a maga Ametista como um ícone jovem. A heroína com ares de Game of Thrones volta em uma grapich novel teen, ilustrada por Asiah Fulmore e roteirizada por Dean Hale e Shannon Hale, num empenho de seus editores para dialogar com leitores mirins, segundo um traço típico das animações da Pixar. É uma trama sobre a confluência de dois mundos: um, realista, sem apego a nada de fantasioso; outro, mágico, repleto de encantamento. E a adolescente Ametista está dividia entre eles.

Black Manta: Com arte de Valentine De Landro e texto de Chuck Brown, esta série adota como protagonista o arquiinimigo do Aquaman, o pirata Manta Negra, celebrizado por Yahya Abdul-Mateen II. Armado com uma armadura high-tech, ele corre atrás de um metal mágico, capaz de matar quem nasceu na Atlântida.

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Y - O Último Homem: Sintonizado com a estreia da série homônima no Star+, a DC cerziu uma coletânea da luta do prestidigitador Yorick para sobreviver a uma praga que exterminou o sexo masculino do planeta. É uma narrativa épica do roteirista Brian K. Vaughan e da artista Pia Guerra que, enfim, ganha uma edição de luxo em livrarias brasileiras.

Nubia & The Amazons: Quem reina agora em Themyscira, a Ilha Paraíso, é uma Nubia, uma guerreira que se dedica a afirmar a força das populações negras contra o racismo, a partir de seu trono na terra onde a Mulher-Maravilha nasceu. Sintonizada com movimentos feministas, o texto é de Vita Ayala e Stephanie Williams e o desenho de Alitha Martinez.

O anti-herói Adão Negro, que será interpretado por Dwayne Johnson, o The Rock, em filme da Warner Bros. Foto: DC Fandome/Divulgação

Batman'89: Considerado o melhor roteiro de super-heróis de 2021, este projeto escrito pelo roteirista Sam Hamm é baseado no universo do filme do Morcegão rodado por Tim Burton, em 1989. É um mergulho na estética burtoniana, tendo o Duas Caras de Billy De Williams como vilão.

Soul Plumber: Já se fala em filme para adaptar este quadrinho sombrio. Famosa por suas BDs horroríficas, a DC investe no sobrenatural com esta minissérie, centrada na saga de um exorcista que, no empenho de expulsar demônios da Terra, abre um portal para uma dimensão de onde libera um alienígena assassino.

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Arkham City - The Order of the World #1: Seguindo os moldes de Esquadrão Suicida, este gibi aposta em vilões. Em seu enredo, os internos do manicômio mais perigoso das revistas em quadrinhos escapam e ensaiam um movimento revolucionário, tendo o Professor Porko à frente do bando.

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