Curso gratuito - e rápido - explica todos os livros da Fuvest 2020

Livros do vestibular da Fuvest 2020 são tema de curso gratuito na Biblioteca de São Paulo, com aulas independentes sobre cada obra

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Por Redação
Atualização:

O vestibular da Fuvest 2020 começa no dia 24 de novembro, com a prova da primeira fase, e continua em dezembro, no caso de cursos para os quais são necessárias provas de habilidades específicas, e janeiro, para os candidatos que passaram para a segunda fase.

A lista de livros da Fuvest conta com 9 títulos, de vários períodos - e alguns deles, como Quincas Borba, O Cortiço e A Relíquia, estão em domínio público. Pepetela, que vem ao Brasil para lançar O Quase Fim do Mundo, é o único autor vivo da lista da Fuvest. E Helena Morley é a única mulher - esse desquilíbrio motivou um abaixo-assinado em julho.

Dos 9 livros da lista da Fuvest, apenas Mayombe é de autor vivo Foto: Reprodução

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Para apresentar e debater essas obras que são leitura obrigatória do vestibular, a Biblioteca de São Paulo promove o Curso de Literatura Pré-Vestibular entre 1.º e 29 de outubro, com encontros às terças e quintas, das 14h30 às 17h (veja o calendário abaixo), mediados por Naiara Costa dos Santos.

Naiara é formada em Letras pela USP e professora de literatura e escrita criativa em cursinhos pré-vestibular.

As aulas são gratuitas e independentes. A Biblioteca de São Paulo fica na Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, em Santana.

 

Livros da Fuvest 2020

  • Poemas Escolhidos – Gregório de Matos
  • Quincas Borba – Machado de Assis
  • Claro Enigma – Carlos Drummond de Andrade
  • Angústia – Graciliano Ramos
  • A Relíquia – Eça de Queiroz
  • Mayombe – Pepetela
  • Sagarana – João Guimarães Rosa
  • O Cortiço – Aluísio Azevedo
  • Minha Vida de Menina – Helena Morley

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Curso de Literatura Pré-Vestibular

1º de outubro

Poemas Escolhidos, de Gregório de Matos

Gregório de Matos (1636-1696) é, historicamente, o primeiro grande poeta do Brasil. Sua obra, talvez a mais importante produzida pelo Barroco poético nas Américas portuguesa e espanhola, conserva ainda hoje grande parte de seu interesse, por força, sobretudo, da agudeza e do vigor com que o poeta soube fixar satiricamente, numa linguagem vivaz que já deixa transparecer o gênio local na exploração de sonoridades africanas e tupis e que, na sua mordacidade feroz, não recua nem diante da pornografia, a dissolução de costumes da Bahia do século 18. Poemas Escolhidos foi organizado por José Miguel Wisnik e traz um pequeno perfil biográfico do poeta e uma análise crítica de sua obra.

​3 de outubro

A Relíquia, de Eça de Queiroz

Escritor Eça de Queiros Foto: Foto rprodução: Paulo Liebert / Estadão

Teodorico fica órfão muito cedo e vai morar em Lisboa com sua tia Patrocínio. Ela é dona de uma incalculável fortuna, muito devota e avessa às coisas mundanas. Ele sonha com Paris, ela acha a cidade uma perdição, então sugere uma viagem à Terra Santa e pede que traga uma relíquia dos sagrados lugares. Este é o enredo de A Relíquia, livro do escritor português Eça de Queiroz (1845-1900).

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8 de outubro

O Cortiço, de Aluísio Azevedo

Em O Cortiço, Aluísio Azevedo (1857-1913) mostra o Rio de Janeiro do século 19. Mas se esse cenário lhe traz à mente reis, princesas e bondes, prepare-se para mergulhar em um retrato diferente da sociedade brasileira naquela época, composto de inúmeros personagens que, juntos, representam não apenas as mazelas sociais, mas mostram até onde a vileza humana é capaz de chegar.

10 de outubro

Quincas Borba, de Machado de Assis

O escritor Machado de Assis será um dos temas discutidos na Feira de Frankfurt em 2020 Foto: Biblioteca Nacional

Publicado pela primeira vez em livro em 1891, depois de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e antes de Dom Casmurro (1899), Quincas Borba é uma das obras mais marcantes da fase realista de Machado de Assis (1839-1908). Quincas Borba remete ao Machado contista que começava a abordar temas historicamente mais próximos de sua época e a explorar os conflitos psicológicos de seus personagens com sua sofisticada e irônica narrativa em terceira pessoa. Neste romance da maturidade do autor, a história do provinciano Rubião - herdeiro da fortuna do idiossincrático filósofo Quincas Borba - e dos tipos urbanos da corte que o levam à ruína é narrada com o distanciamento, o ceticismo e o senso de humor implacável de que só Machado de Assis era capaz. Esta edição da Penguin traz mais uma centena de notas explicativas e uma abrangente introdução do britânico John Gledson, estudioso da obra machadiana e tradutor de Dom Casmurro para o inglês.

​15 de outubro

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Minha Vida de Menina, de Helena Morley

A escritora Helena Morley, autora de 'Minha Vida de Menina' Foto: Acervo Estadão

Aclamado por escritores como Carlos Drummond de Andrade e João Guimarães Rosa, Minha Vida de Menina é o diário de uma garota de província do final do século 19. Publicado pela primeira vez em 1942, antecipa a voga das histórias do cotidiano e dos relatos confessionais de adolescentes ao traçar um retrato bem-humorado da vida em Diamantina entre 1893 e 1895. Da estagnação econômica ao surgimento de inúmeras modalidades de trabalho entre a escravidão e o regime salarial, Helena Morley (1880-1970) compõe um painel multicolorido, desabusado e inconformista de um momento histórico singular no Brasil, e apresenta as inquietações de uma jovem espevitada às vésperas de um novo século.

17 de outubro

Mayombe, de Pepetela

Pepetela é um dos principais autores africanos Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Escrito no período em que Pepetela (1941) participou da guerra pela libertação de seu país, Mayombe é uma narrativa que mergulha fundo na organização dos combatentes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), trazendo à tona seus questionamentos, contradições, medos e convicções. Os bravos guerrilheiros que lutam no interior da densa floresta tropical confrontam-se não somente com as tropas portuguesas, mas também com as diferenças culturais e sociais que buscam superar em direção a uma Angola unificada e livre.

​22 de outubro

Claro Enigma, de Carlos Drummond de Andrade

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Drummond, em Belo Horizonte, em 29 de setembro de 1972 Foto: FERNANDO BUENO/ESTADÃO

Os poemas reunidos em Claro Enigma, livro publicado em 1951, ocupam uma posição singular na obra de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Aqui o autor parece querer buscar, por meio da retomada de formas clássicas, um equilíbrio entre o passado e o presente. O amor, a morte e a memória são alguns dos temas elaborados por um homem que sempre quis fazer parte do seu próprio tempo. Nele, e com uma dicção mais clássica, o poeta revisita formas que haviam sido abandonadas pelo Modernismo (como o soneto, modalidade que fora motivo de chacota entre as novas gerações literárias), afirma seu amor pela poesia de Dante e Camões e busca uma forma mais difícil, mas sem jamais abandonar o lirismo e a agudeza de sua melhor poesia. 

24 de outubro

Angústia, de Graciliano Ramos

Uma das ultimas fotos de Graciliano Ramos Foto: Editora José Olympio

Lançado originalmente em 1936, Angústia é um dos romances brasileiros mais importantes daquela década. A história de Graciliano Ramos (1892-1953) tem como protagonista Luís Silva, funcionário público de Maceió que leva uma vida medíocre e sem grandes emoções até o dia em que se apaixona por Marina. De início, a jovem demonstra certo interesse no relacionamento e no conforto material que o casamento poderia lhe proporcionar, mas logo acaba trocando o noivo por Julião Tavares, mais rico e poderoso. Tomado por ciúmes e rancor, Silva fica perturbado com os acontecimentos que se desenrolam e passa a acompanhar a vida de Marina enquanto sonha em matar Julião. 

29 de outubro

Sagarana, de Guimarães Rosa

O escritor João Guimarães Rosa Foto: Acervo Pessoal

Sagarana traz cenários e personagens típicos do interior do País, mais especificamente do sertão de Minas Gerais. Morros, riachos, jagunços, vaqueiros, bois e cavalos povoam as páginas das estórias magistralmente construídas por Guimarães Rosa (1908-1967), cuja habilidade para criar enredos e protagonistas diversos e repletos de detalhes encanta leitores até hoje e permanece influenciando gerações e gerações de escritores. A linguagem inventiva de Sagarana, que traz 9 contos, é outro aspecto que distinguiria para sempre o autor no campo da literatura brasileira. Ao mesmo tempo em que incorpora fragmentos essenciais da oralidade sertaneja, pescando regionalismos e recuperando antigas expressões de linguagem do sertão, Rosa inova com a criação de neologismos cuidadosamente lapidados. 

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