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Começa a Bienal do Livro do Rio, com grande expectativa de venda e programação também online

Programação da Bienal do Rio 2021 inclui nomes como Junji Ito, Julia Quinn, Conceição Evaristo, Itamar Vieira Junior e Ana Claudia Quintana Arantes; veja os destaques

Foto do author Maria Fernanda Rodrigues
Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

A Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que começa nesta sexta-feira, 3, espera receber, até o dia 12, 400 mil pessoas no Riocentro. É o primeiro dos megaeventos literários a ganhar uma edição com público desde o começo da pandemia da covid-19. “Foi um ato de coragem fazer esta 20ª Bienal”, acredita Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel). 

A decisão de realizar o evento foi tomada quando os índices de contaminação diminuíram e a taxa de pessoas vacinadas aumentou. Nem todas as editoras, porém, se sentiram seguras em estar lá com estande. E quem também não quiser ir poderá comprar os livros pelo site site acompanhar os debates de casa - eles terão transmissão online. Veja os autores e destaques da programação da Bienal 2021 abaixo.

Julia Quinn, autora de 'Bridgerton', é uma das atrações da Bienal do Livro do Rio Foto: Roberto Filho

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A expectativa com relação às vendas é boa, principalmente por causa dos vouchers que alunos e professores ganharam. “Teremos a maior verba pública já destinada pelas secretarias de educação municipal (R$ 12 milhões) e estadual (R$ 2,5 milhões) para a aquisição de livros”, comenta Pereira. Ele acredita ainda que, por colocar o livro em evidência não só no Rio, a Bienal pode fortalecer o varejo e levar, ao contrário do que se comenta no mercado editorial, mais gente às livrarias.

Este ano a Rocco não vai ter estande na Bienal. Companhia das Letras e outras editoras também não. “A Bienal do Livro é extremamente importante para o mercado, pela visibilidade para a categoria e também pela grande interação das editoras com o público, mas a Rocco entende que este ainda não é um ano para eventos que provoquem grandes aglomerações e também considera que uma feira deste porte, em dezembro, tira faturamento das livrarias do Rio, exatamente no mês em que elas podem ter vendas maiores e recuperar parte dos prejuízos do período em que ficaram de portas fechadas ou com movimento reduzido por conta da pandemia", diz Bruno Zolotar, diretor de Marketing e Comercial da Rocco.

A Buzz volta à feira, com investimento ainda maior do que na edição anterior. “Voltar não foi uma decisão fácil porque vínhamos monitorando semanalmente a situação de saúde do nosso País - até que quando vimos a aceleração das vacinas refletindo na queda dos casos graves, decidimos que nossos leitores mereciam passar por essa experiência novamente de desfrutar de uma Bienal do Livro e ter contato com nossos autores para poderem se preparar para esse novo normal e expandirem seus universos de possibilidades por meio das nossas obras”, diz Anderson Cavalcante, fundador da editora que está investindo cerca de R$ 140 mil e terá dois espaços de 30 m2 no Riocentro. “Esperamos vender 10 mil livros ou algo na casa de meio milhão de reais”, diz.

Fernanda Montenegro, mais nova imortal daABL, participa da Bienal do Rio Foto: Paulo Belote/TV Globo

A Oficina Raquel também volta. Antes, a editora participava do evento no estande coletivo da Liga Brasileira de Editoras Brasileiras. Como a Libre não vai, Raquel Menezes decidiu ter seu primeiro estande solo, na Calçada Literária. No momento em que todos os outros espaços culturais já reabriram no Rio, ela acredita que é hora conjugar forças em torno da feira. “Consideramos que é importante o mercado do livro ocupar espaços no imaginário da população. A Bienal é uma marca e um modelo consagrado, principalmente no que diz respeito à visitação de estudantes (gerações de jovens tiveram a Bienal como um momento marcante de sua vida escolar). Por isso acreditamos que, para o imaginário do leitor e para o processo de formação de leitores, é importante que a Bienal retome suas atividades”, diz a editora. Seu investimento é maior este ano. “No último ano, a Oficina Raquel trouxe livros importantes para o mercado e ouvir a opinião do leitor é importante. Esse investimento é necessário para rever nossos leitores.”

O grupo Record está investindo o mesmo que investiu na edição passada. “Acredito que teremos um evento bem legal, em termos de frequência e faturamento. Digo isso porque nosso post no Instagram mostrando detalhes do nosso estande teve mais de 11 mil likes. Parece que os leitores estão animados!”, comenta Sônia Jardim, presidente do grupo editorial. “Estamos com uma campanha muito forte de brindes para quem comprar lá, de balde de pipoca a guarda-chuva! E teremos dentro da Campanha Eu Apoio a Livraria do Bairro o voucher de R$ 30 para professores que comprarem mais de R$ 60 no nosso estande, a ser usado em livrarias físicas após a Bienal. Enfim, tem tudo para ser um evento bacana sim, mas ainda com todos os cuidados e responsabilidades que a pandemia demanda”, finaliza.

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Como participar da Bienal do Livro do Rio

Os ingressos para a Bienal do Rio 2021 custam R$ 40 e devem ser comprados exclusivamente online. Na plataforma, o visitante deverá escolher o dia e o turno e cada ingresso é válido apenas para o período escolhido. Há um limite de compra de quatro ingressos por CPF. Para o acesso à Bienal, é necessária a apresentação do comprovante de vacinação para os maiores de 12 anos. O uso de máscara é obrigatório.

Quem quiser participar sem sair de casa, basta entrar no site do evento e acompanhar ao vivo a programação cultural ou acessar depois.

Programação da Bienal do Rio 2021

A programação da Bienal do Rio é vasta e pensada para todos os públicos. Alguns dos autores estarão na Bienal e outros participarão remotamente. 

Entre os autores internacionais estão Matt Ruff, Julia Quinn, Beverly Jenkins, Josh Malerman, Mariana Enriquez e Junji Ito. 

Conceição Evaristo participa da Bienal ao lado de Itamar Vieira Junior Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Entre os convidados brasileiros estão Conceição Evaristo, Itamar Vieira Junior, Aílton Krenak, Fernanda Montenegro, Thalita Rebouças, Ana Claudia Quintana Arantes, Nei Lopes, Otávio Junior, Raphael Montes, Tati Bernardi, Gabriela Prioli, Luiz Antonio Simas, Lulu Santos, Antônio Fagundes, Aza Njeri e Eliane Brum.

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A programação completa da Bienal está no site.

Destaques da programação da Bienal do Livro 2021

  • Sexta, 3

 

17h - Para Seguir em Frente

Allan Dias Castro, Braulio Bessa e Priscilla Alcântara

  • Sábado, 4

11h -As desigualdades e as elites no Brasil

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Jessé de Souza, Luana Génot e Muniz Sodré

15h - Em todas as mídias

Thalita Rebouças, Vitor Kley e Paula Pimenta

  • Domingo, 5

15h - Horror nosso de cada dia

Mariana Enriquez, Matt Ruff e Josh Malerman

  • Segunda, 6

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10h - O mestre do mangá

Junji Ito

  • Terça, 7

15h - Pop é romance de época

Paola Aleksandra, Babi A. Sette, Julia Quinn e Beverly Jenkins

  • Quarta, 8

17h - Política é pop

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Gabriela Prioli, Vítor Dicastro e Bielo Pereira

  • Quinta, 9

11h - Reformulando clichês

Lyssa Kay Adams e Scarlett Peckham

  • Sexta, 10

11h - Eu posso escrever: O percurso entre o desejo de contar uma história e sua publicação

Aline Bei, Stênio Gardel, Cristiane Sobral e Binho Cultura

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  • Sábado, 11

11h - O bem-viver

Ana Claudia Quintana Arantes, Ana Michele Soares e Fabrício Carpinejar

O escritor indígena Ailton Krenak. Foto: Sérgio Cohn/ Divulgação

15h - A Nação na Língua

Ailton Krenak e Daniel Mundukuru

19h - Histórias para acordar um país de seus sonos injustos

Itamar Vieira Junior e Conceição Evaristo

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  • Domingo, 12

13h - Gilberto Braga: Homenagem a um grande contador de histórias

Fernanda Montenegro, Ricardo Linhares, Mauricio Stycer e Silvio de Abreu

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