
24 de agosto de 2014 | 18h34
SÃO PAULO - Cassandra Clare foi o principal nome deste terceiro dia da Bienal do Livro de SP. Com gritos ensurdecedores de jovens e adolescentes, a escritora, que já vendeu mais de 26 milhões de livros em todo o mundo - 800 mil deles apenas no Brasil - esteve presente no estande de sua editora, a Record, no sábado e no domingo, para sessões de autógrafos.
A presença da americana gerou filas quilométricas no evento desde o início da tarde. Gisele Martim veio da cidade de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, e perdeu quatro dias de trabalho para trazer as filhas Gabriela Martim, 13, e Bruna Martim, 10, a Bienal do Livro. "Elas amam a Cassandra. Cheguei aqui as 5 horas da manhã. Também trabalhei vários sábados seguidos para conseguir folgar e vir com elas. Coisas que só uma mãe poderia fazer. Fico muito feliz que elas estejam adquirindo o hábito da leitura. Espera que seja o começo de muitas outras Bienais", disse.
Os jovens Flávio Vinicius Zumbera, 22, e Mariana Loiola, 14, vieram a Bienal do Livro caracterizados de dois personagens da saga de Cassandra Clare. "Conheci os livros dela há 5 anos e aprendi a falar inglês apenas para conseguir ler suas obras antes de elas serem traduzidas para o português. A maior emoção da minha vida aconteceu no sábado quando Cassandra olhou para mim e disse que eu era o verdadeiro Alec (personagem da saga Os Instrumentos Mortais), afirmou Flávio.
A saga mais famosa de Cassandra Clare, Os Instrumentos Mortais, é composta pelos livros Cidade dos Ossos, Cidade das Cinzas, Cidade de Vidro, Cidade dos Anjos Caídos, Cidade das Almas Perdidas e Cidade do Fogo Celestial. A escritora americana credita seu sucesso principalmente a personagens como Clary, Jace e Alec.
Cassandra Clare é na verdade Judith Rumelt, de 41 anos. Apesar de filha de estadunidenses e de ter feito sua carreira nos Estados Unidos, a escritora nasceu em Teerã, capital do Irã, em 1973, quando seu pai dava aulas em universidades do país. Na infância, viveu na França, Inglaterra e Suíça.
Tendência teen. Segundo o diretor executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Mansur Bassit, a principal característica da Bienal do Livro deste ano e a presença predominante de jovens e adolescentes. "Sem dúvida é o diferencial do evento. É muito legal ver essa quantidade de crianças marcando presença. Trata-se, na verdade, de um fenômeno sociológico. O protagonista da Bienal continua sendo o livro, porém em diferentes manifestações artísticas e culturais. O jovem/adulto está lendo mais e isso é importantíssimo", salienta.
Ainda segundo Mansur, autores como Cassandra Clare, Thalita Rebouças e Bruna Vieira tocam, de alguma forma, o coração dos jovens. "Não importa se são best-sellers. Esses autores conseguem trazer os adolescentes para a literatura e isso é fascinante. As ferramentas tecnológicas como o livro digital, por exemplo, também ajudam a trazer o jovem para o mundo da literatura.
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