Casa Hilda Hilst na Flip terá debates, saraus e o 'Bar do Bico'

Iniciativa do Instituto Hilda Hilst em pareceria com a Hysteria e apoio da Companhia das Letras, espaço vai mostrar as múltiplas faces de Hilda Hilst e os novos desdobramentos de sua obra

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Foto do author Maria Fernanda Rodrigues
Por Maria Fernanda Rodrigues
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A mítica Casa do Sol, em Campinas, onde Hilda Hilst viveu de 1966 até a morte, em 2004, ganha um novo endereço – provisório – no fim do mês: a Praça da Matriz, em Paraty. Durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip 2018), que entre os dias 25 e 29 presta homenagem à autora de A Obscena Senhora D e de tantas outras obras de prosa e poesia, a Casa Hilda Hilst vai apresentar essa personagem múltipla e complexa e mostrar um pouco do clima do casarão que é sede do Instituto Hilda Hilst.

Hilda Hilst, em 2001: Na Flip, ela será homenageada em diversos espaços e momentos Foto: HEITOR HUI/ESTADÃO - 10/10/2001

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“A ideia é levar uma Hilda que se desdobra em várias leituras”, conta Daniel Fuentes, herdeiro da escritora e presidente do Instituto – que montou a casa em Paraty em parceria com a Hysteria, núcleo de produção de mulheres da Conspiração Filmes, e com o apoio da Companhia das Letras, nova editora de boa parte de sua obra. 

A abertura do espaço, que vai abrigar encontros sobre a vida e a obra de Hilda, instalações que vão levar o visitante para o universo da autora e da Casa do Sol, uma loja-conceito da Livraria da Travessa e outra do Instituto Hilda Hilst e um bar, será na quarta, 25, às 18h, com o lançamento de livros.

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No dia seguinte, e nos próximos, a programação começa cedo, às 10 horas, com oficinas diárias de Donizeti Mazonas, artista que há mais de 10 anos trabalha com a obra de Hilda no teatro, e vão até as 2 da madrugada. Para as oficinas, é preciso fazer inscrição, paga, pelo site do Instituto Hilda Hilst. São cerca de 30 vagas. O restante da programação é gratuito. 

A primeira mesa de debate, na quinta, 26, às 13h, vai reunir pessoas que conviveram com a escritora: os amigos Olga Bilenky, mãe de Daniel Fuentes, Leusa Araujo e Jurandy Valença. “Acho que vai ser dessas mesas de que todo mundo sai chorando”, aposta Fuentes. A mediação será de Tainá Müller. Às 18h, o debate será sobre sua poesia, com mediação de Luciana Araujo Marques e participação de Ricardo Domeneck, Laura Erber e Gutemberg Medeiros.

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Na sexta, pela manhã, a conversa será sobre o encontro do público com a obra de Hilda. Ana Lima Cecilio, Gutemberg Medeiros e Alice Sant’Anna falam, com mediação de Paulo Werneck, sobre os três momentos editoriais da autora – quando ela começa a publicar seus livros, quando assina com a Globo no início dos anos 2000 e sua obra, quase toda esgotada, volta às livrarias, e hoje, neste novo boom, marcado por desdobramentos em novas áreas e suportes.

No começo da noite, o tema será sua prosa e sua transmutação para outros formatos. Donizeti é convidado ao lado de Eduardo Nunes, diretor de Unicórnio, longa baseado em Unicórnio e Matamoros, de Hilda, que tem estreia prevista para 16 de agosto e será exibido lá, no novo Cinema da Praça, durante a Flip. A escritora Carola Saavedra comanda a conversa.

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No sábado, às 13h, Daniel Fuentes e Mauro Munhoz, arquiteto e presidente da Casa Azul, que faz a Flip, debatem os próximos 50 e 100 anos da Casa do Sol. A segunda mesa do dia reunirá a pesquisadora Eliane Robert de Moraes e a cantora Zélia Duncan num encontro para debater o profano e o sagrado em Hilda Hilst, com mediação de Mirna Queiroz.

No domingo, às 13h, a soprano Manuela Freua, idealizadora do projeto A Canção e o Violino, e Leonardo Martinelli, que compôs uma música inspirada no poema Roteiro do Silêncio, escrito por Hilda em 1959, cantada por Manuela, falam sobre a iniciativa e apresentam a música.

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Na sequência, às 13h30, encerrando a programação de mesas, Leandro Esteves, Ítalo Moriconi e Jeane Callegari, mediados por Ana Lima Cecilio, abordam a intensa troca de correspondência entre a escritora e Caio Fernando Abreu.

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Todos os dias, entre um debate e outro, o público será surpreendido por intervenções artísticas. Quem não quiser acompanhar as conversas pode visitar a casa em qualquer momento. Diariamente, às 15h, o Bar do Bico, que remete a um texto de Cartas de um Sedutor, abre suas portas e oferece um cardápio inspirado em Hilda – o Manhattan, seu drink preferido, está garantido. E quem quiser mais agito é só chegar 20h, quando os microfones serão abertos, livros descerão pelo teto e o público será convidado a ler trechos da obra de Hilda ou falar sobre sua relação com a autora. Os organizadores também planejam intervenções com convidados nesses saraus. 

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