Bienal do Livro de São Paulo aposta em promoção para driblar a crise

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo começa nesta sexta-feira, 3, e segue até domingo, 12, no Anhembi

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Por Maria Fernanda Rodrigues
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Não é o melhor dos tempos para o mercado editorial, longe disso. Mas a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que abre suas portas para o público hoje, 3, e segue até domingo, 12, surge como uma esperança neste momento de crise, de encolhimento e de calotes. É a chance de as editoras venderem seus livros diretamente para o leitor.

Últimos ajustes na montagem da Bienal do Livro de São Paulo, que será realizada de 3 a 12 de agosto Foto: Valéria Gonçalves/Estadão

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E o leitor pode, sim, esperar bons descontos desde o primeiro dia – e não só no final, como sempre. As placas de promoção se espalham pelo Anhembi e mostram que os descontos vão além dos saldões.

“O mercado está difícil, as editoras estão com dificuldade de receber. Então, essa é a hora de refazer o caixa, faturar”, diz Luiz Antonio Torelli, presidente da Câmara Brasileira do Livro, que promove a Bienal. A expectativa é, então, de um grande volume de vendas – na última edição, o ticket médio foi de R$ 121,98 e cada visitante comprou em média 6,11 livros, segundo dados oficiais. Mas, primeiro, será preciso pagar a conta. Estar na Bienal não é barato. Uma editora mediana gasta entre R$ 500 mil e R$ 700 mil.

Serão 197 expositores, contra 280 em 2016. Uma das ausências mais significativas é a da Livraria Saraiva, tradicionalmente dona de um dos maiores estandes do pavilhão. Assim como a Livraria Cultura, a rede não está conseguindo pagar o que deve aos fornecedores, complicando ainda mais a situação das editoras que já vinham sofrendo com a queda na venda de livros.

Há quem participe pela primeira vez, como é o caso da HarperCollins Brasil, que em 2017 se separou da Ediouro, parceria que facilitou a chegada do gigante grupo editorial ao País dois anos antes. “A participação na Bienal é, na verdade, um retorno e um investimento institucional, ou seja, na marca, no contato direto com o público. É um momento em que a editora tem o seu ‘dia de livreiro’ e pode escutar, ver e sentir o que interessa às pessoas”, comenta Daniela Kfuri, diretora Comercial e de Marketing da editora.

Além de descontos e novidades, o visitante terá uma ampla programação cultural, com 291 autores nacionais e 22 estrangeiros.