Escritor Salman Rushdie é esfaqueado durante evento nos EUA

Rushdie, de 75 anos, estava prestes a dar uma palestra em Nova York quando um homem subiu ao palco e o agrediu; governadora disse que ele está vivo e sendo cuidado

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Por Redação
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O escritor indiano naturalizado inglês Salman Rushdie, ameaçado de morte por extremistas seguidores do Aiatolá Khomeini desde os anos 1980, foi atacado e esfaqueado com 10 a 15 golpes nesta sexta-feira, 12, minutos antes de dar uma palestra em Chautauqua, no estado de Nova York. Algumas testemunhas disseram aos policiais que viram um homem correndo no palco e agredindo Rushdie enquanto ele estava sendo apresentado pelo mestre de cerimônias.

Em leitura de sua obra Midnight's Children, em 2013 Foto: EFE/EPA/ANTHONY ANEX

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Um repórter da agência Associated Press testemunhou o momento em que homem invadiu o palco da Chautauqua Institution e começar a agredir Rushdie enquanto ele estava sendo apresentado. O autor caiu no chão no mesmo instante e o homem foi controlado.

Segundo a governadora de Nova York, Kathy Hochul, o escritor foi salvo por um policial local. De acordo com Hochul, "ele está vivo" e "sendo cuidado conforme necessário". A governadora veio a público fazer uma declaração cerca de duas horas depois do ataque. "Foi um policial estatal que se levantou e salvou sua vida, o protegeu e ao moderador (da conferência)", disse, antes de acrescentar que Rushdie tinha sido levado a um hospital local, que ela não nomeou. 

Momento de agressão ao autor Salman Rushdie, em Nova York Foto: Instagram

Rushdie se tornou um inimigo público do Irã em 1988, quando sua obra Versos Satânicos foi proibida. Era o regime de Khomenei e suas palavras foram consideradas uma blasfêmia. Um ano depois, o aiatolá Ruhollah Khomeini emitiu uma fatwa pedindo a morte de Rushdie. O Irã também ofereceu também mais de US$ 3 milhões em recompensa para quem matar Rushdie.

Teerã assegurou em 1998 que a fatwa não seria aplicada. Mas o sucessor de Khomeini declarou em 2005 que Rushdie era um apóstata e que poderia ser morto impunemente. E o governo do conservador Mahmoud Ahmadinejad declarou em 2007 que a fatwa ainda era válida.

 

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