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Amazon vai comprar o estoque remanescente da editora Cosac Naify

Varejista online já vendia com exclusividade os livros da casa, que anunciou seu fechamento de forma repentina em novembro de 2015

Por Guilherme Sobota
Atualização:

A Amazon vai comprar o estoque remanescente da Cosac Naify - cerca de 230 mil exemplares que permanecem no estoque em Barueri serão adquiridos pela varejista, praticamente encerrando o problema que a editora tinha sobre a destinação final dos livros restantes desde que anunciou seu fechamento em novembro de 2015. A negociação foi concluída nesta semana. Desde o início deste ano, a Amazon tinha exclusividade para adquirir os livros da Cosac e vendê-los em seu site - foram cerca de um milhão de exemplares vendidos em doze meses de 1,2 mil títulos que a editora tinha em catálogo. As informações foram confirmadas pela direção da Cosac Naify e pela Amazon ao Estado.

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Agora, restam cerca de 600 títulos no estoque em Barueri. O acordo final já foi selado - nenhuma das empresas fala em cifras totais - e agora está em processo a efetivação da venda e o acerto dos detalhes da operação, o que deve acontecer na próxima semana. A Cosac Naify vai então apurar todas as informações e passar à fase final de encerramento da empresa, que começou no final do ano passado após uma decisão de Charles Cosac. 

Essa próxima fase diz respeito à prestação de contas de direitos autorais do segundo semestre de 2016 e outras obrigações fiscais da empresa, que mantém um escritório no bairro de Santa Cecília com seis funcionários. A diretoria da editora diz estar tranquila e satisfeita com os rumos finais do encerramento do negócio.

Impressão. Edição do livro 'Peter e Wendy', em 2012. Foto: Clayton de Souza/Estadão

Em setembro, a notícia de que a Cosac poderia transformar os livros remanescentes em aparas até o fim de 2016 repercutiu no mercado editorial, com muitos profissionais questionando por que a editora não buscaria outra forma de encaminhar o estoque. Em entrevista à revista Veja no início de dezembro, porém, o próprio Charles Cosac indicou que os livros não seriam picotados. “Foi uma parceria bastante produtiva durante o ano”, diz o gerente geral para livros físicos da Amazon.com.br, Daniel Mazini. “Desde o início de 2016, vínhamos com a ideia de vender o máximo possível dos livros da Cosac, a demanda continuou sempre grande, e deu tão certo que esse máximo possível virou tudo”, comentou, apontando para as promoções agressivas que a varejista faz com os livros da editora no site.

Entre os livros mais vendidos pela loja desde o início do ano, estão Contos Completos e Guerra e Paz, de Tolstoi, e Os Miseráveis, de Victor Hugo, os três títulos ainda disponíveis. Diferente da prática mais comum no mercado, a Amazon não costuma consignar livros, preferindo a opção de compra, o que nesse caso casou com a necessidade da editora em fase de encerramento.NÚMEROS * 1,2 milhão de exemplares estavam no estoque da Cosac Naify em Barueri quando o acordo com a Amazon foi feito em janeiro de 2016, de cerca de 1,2 mil títulos. * 230 mil livros ainda estão lá e agora serão adquiridos pela varejista na sua totalidade. Restam cerca de 600 títulos, que formam agora o “legado final” da casa.

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