'Acredito na literatura que une as pessoas', diz Nobel de Literatura Olga Tokarczuk

Escritora polonesa se manifestou sobre o recebimento do prêmio e comentou os desafios dos autores nos tempos atuais

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Após ser anunciada como vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2018 nesta quinta-feira, 11, a escritora polonesa Olga Tokarczuk se manifestou pela primeira vez. Em uma declaração, ela conta que recebeu a notícia enquanto estava na estrada e comenta os desafios dos escritores nos tempos atuais, além de reforçar que acredita na literatura como uma arte que une as pessoas. 

A escritora polonesa Olga Tokarczuk, 57 anos, é a ganhadora do Nobel de Literatura de 2018 Foto: Facundo Arrizabalaga/EFE/EPA

PUBLICIDADE

Quinto prêmio para escritores da língua polonesa, o nome de Olga Tokarczuk começou a ser cotado para o Prêmio Nobel principalmente depois de ter ganhado o International Booker Man Prize no ano passado - ela chegou a ficar entre as cinco mulheres mais prováveis de receber a honraria.

No Brasil, a escritora tem apenas um livro publicado: Vagantes, de 2014. Mas, em novembro, a editora Todavia lançará mais um: Sobre os Ossos dos Mortos (leia um trecho), o mais recente dela - uma mistura de thriller e humor ao refletir sobre a condição humana e a natureza.  

Leia a íntegra da declaração, traduzida por Piotr Kilanowski:

"Recebi a notícia sobre o Nobel na situação mais estranha – na autoestrada, um lugar Entre, sem nome. Penso que não há metáfora melhor para definir o mundo no qual vivemos hoje. Nós, escritores precisamos nos medir com os desafios cada vez mais improváveis, e, no entanto, a literatura é uma arte vagarosa – o longo processo de escrever faz com que seja difícil pegar o mundo em flagrante. Frequentemente me pergunto se ainda é possível descrever esse mundo, ou se estamos cada vez mais desamparados perante sua forma, cada vez mais líquida, os pontos fixos que se dissolvem, os valores que desaparecem.

Acredito em literatura que une as pessoas e mostra como somos parecidos, que nos conscientiza que estamos todos interligados com as redes invisíveis. A literatura que narra o mundo como se ele fosse uma união viva que incessantemente acontece diante dos nossos olhos, e nós a sua parte, ao mesmo tempo pequena e poderosa."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.