PUBLICIDADE

Academia Brasileira de Letras tem eleição acirrada

Cadeira nº 2 é disputada por Eduardo Giannetti e Gabriel Chalita sob clima de acusações 

Por Matheus Lopes Quirino
Atualização:

A Academia Brasileira de Letras terá, nesta quinta, 16, mais uma eleição. Na disputa, a Cadeira 2, ocupada até 2020 pelo filósofo Tarcísio Padilha, morto em setembro de 2020, aos 93, após contrair covid-19. Dos decanos da Academia, Padilha a presidiu na virada do milênio, ficando dois anos no cargo até 2001. Duas décadas depois, das onze candidaturas que disputam o pleito, dois nomes se destacam na preferência dos acadêmicos, o economista Eduardo Giannetti, 64, e do escritor Gabriel Chalita, 52. 

PUBLICIDADE

Giannetti é mineiro de Belo Horizonte, foi professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, um dos primeiros autores a publicar pela recém criada Companhia das Letras ainda em 1993, com Vícios Privados, Benefícios Públicos, que lhe rendeu o prêmio Jabuti no ano seguinte. Dos títulos recentes, Trópicos Utópicos, de 2016, é um apanhado de ensaios seus sobre o Brasil contemporâneo. 

 

Fachada do Petit Trianon, a Academia Brasileira de Letras (ABL) nocentro do Rio de Janeiro. Foto: Foto: MARCOS DE PAULA/AGENCIA ESTADO/AE

Chalita, nome conhecido da política paulistana, teve destaque como Secretário da Educação no governo do prefeito Fernando Haddad (2015 – 2016), é autor de dezenas de livros, como Pedagogia do Amor, de 2003, best-seller na época. Paulista de Cachoeira Paulista, ele foi professor da PUC–SP, onde cursou a faculdade de Direito, e também é conhecido pelo trabalho de edição de livros. 

Para que a disputa ficasse acirrada, o editor e colecionador Pedro Corrêa do Lago foi um pivô. Motivo: ele fez acusações sérias a Chalita, segundo divulgou a revista Veja, a respeito de um suposto caso de assédio moral contra um sobrinho.

No início do mês, quem passou a ocupar o posto maior da Instituição foi o jornalista Merval Pereira, que completou uma década como Acadêmico dono da Cadeira 33, sucessor do escritor Moacyr Scliar. Na dança das cadeiras mais elegante do país, o último semestre foi decisivo para a renovação do quadro de titulares. A atriz Fernanda Montenegro tomou posse da Cadeira 17, que fora de Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março de 2020. Também se tornaram membros o cantor e compositor Gilberto Gil, na Cadeira 20, anteriormente de Murilo Melo Filho, jornalista falecido em maio do ano passado. O médico Paulo Niemeyer Filho ficou com a Cadeira do crítico literário Alfredo Bosi, de número 12, e José Paulo Cavalcanti com a 39, do ex-vice-presidente da República Marco Maciel.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.