
14 de março de 2019 | 17h21
Lygia Fagundes Telles, Paulo Coelho, Alberto da Costa e Silva, Cacá Diegues, Fernando Henrique Cardoso, José Sarney e, desde hoje, 14, Ignácio de Loyola Brandão. Eles são apenas alguns dos imortais da Academia Brasileira de Letras e mostram que a instituição literária de maior prestígio do Brasil não é feita apenas de escritores literários.
Seguindo o modelo da Academia Francesa, a Academia Brasileira de Letras fez sua sessão inaugural no dia 20 de julho de 1897.
Machado de Assis foi o primeiro presidente da ABL.
Os primeiros 40 imortais da instituição foram: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Sousa, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo, Visconde de Taunay, Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luís Murat, Valentim Magalhães, Afonso Celso Júnior, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Rui Barbosa, Sílvio Romero, Urbano Duarte, Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Beviláqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça. Nem todos fizeram história na literatura brasileira.
A Academia Brasileira de Letras é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos. Quando um acadêmico morre, a cadeira é declarada vaga e escritores que quiserem concorrer a esta vaga têm dois meses para se candidatar. Primeiro, eles devem mandar uma carta ao presidente da ABL. Depois, iniciam sua campanha buscando, voto a voto, a vitória. Os imortais são escolhidos mediante eleição por voto secreto dois meses depois de a cadeira ter sido declarada vaga.
Tradicionalmente, os votos são queimados pelo presidente da ABL no fim da eleição
O fardão usado na posse é pago pelo Governo do Estado natal do imortal eleito.
Uma das maiores críticas feitas à Academia Brasileira de Letras é que ela tem políticos, diplomatas, médicos e advogados e, em menor escala, escritores. Depois de muito tempo sem que literatos conseguissem emplacar suas candidaturas, tornam-se imortais Zuenir Ventura, Geraldo Carneiro, João Almino e Antonio Cicero. Os dois últimos são de outras áreas: Joaquim Falcão, jurista, e Cacá Diegues, cineasta.
Grandes escritores já ocuparam as cadeiras da Academia Brasileira de Letras. Mas muitos autores que foram sucesso de público e de crítica nunca passaram por ali - por não terem se candidatado ou por não terem sido eleitos. Entre eles, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Lima Barreto, Erico Verissimo, Luis Fernando Verissimo, Dalton Trevisan e Raduan Nassar.
Todos os anos, desde 1941, a Academia Brasileira de Letras premia um autor - não exclusivamente um escritor literário - pelo conjunto da obra com o Prêmio Machado de Assis - no momento, ele vale R$ 100 mil. Os vencedores mais recentes foram, de 2009 a 2017: Salim Miguel, Benedito Nunes, Carlos Guilherme Mota, Dalton Trevisan, Silviano Santiago, Vamireh Chacon, Rubem Fonseca, Ignácio de Loyola Brandão e João José Reis. A ABL outorga outros prêmios anuais.
Os imortais ganham um salário, mais jetons pela participação em reuniões e eventos, entre outros benefícios.
A primeira escritora eleita para a Academia Brasileira de Letras foi Rachel de Queiroz, em 1977. Antes dela, os imortais tinham rejeitado a entrada de Amélia Beviláqua, em 1930. Nos anos 1950, o regimento até foi alterado para que ficasse claro que só homens poderiam integrar a Academia Brasileira de Letras e a primeira candidatura de Dinah Silveira Queiroz foi rejeitada - ela conseguiu uma vaga em 1981, depois da entrada de Rachel de Queiroz. Depois das duas, foram eleitas Lygia Fagundes Telles (1985), Nélida Piñon (1989) Zélia Gattai (2001), Ana Maria Machado (2003), Cleonice Berardinelli (2009) e Rosiska Darcy (2013). Neste momento, dos 40 imortais apenas cinco são mulheres.
Ana Maria Machado
Tarcísio Padilha
Joaquim Falcão
Carlos Nejar
José Murilo de Carvalho
Cicero Sandroni
Carlos Diegues
Cleonice Berardinelli
Alberto da Costa e Silva
Rosiska Darcy de Oliveira
Ignácio de Loyola Brandão
Alfredo Bosi
Sergio Paulo Rouanet
Celso Lafer
Marco Lucchesi
Lygia Fagundes Telles
Affonso Arinos de Mello Franco
Arnaldo Niskier
Antonio Carlos Secchin
Murilo Melo Filho
Paulo Coelho
João Almino
Antônio Torres
Geraldo Carneiro
Alberto Venancio Filho
Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça
Antonio Cicero
Domício Proença Filho
Geraldo Holanda Cavalcanti
Nélida Piñon
Merval Pereira
Zuenir Ventura
Evanildo Bechara
Evaldo Cabral de Mello
Candido Mendes de Almeida
Fernando Henrique Cardoso
Arno Wehling
José Sarney
Marco Maciel
Edmar Lisboa Bacha
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