Youtube diz que lei europeia ameaça criadores de conteúdo e empregos

Norma aprovada no Parlamento Europeu responsabiliza empresas por violações de direitos autorais nos conteúdos disponibilizados por usuários

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Por Redação
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SÃO FRANCISCO, EUA - A diretora executiva do Youtube, Susan Wojcicki, classificou a nova lei europeia sobre direitos autorais como uma ameaça a pequenos criadores e milhares de empregos. A empresária incentivou protestos contra a medida por meio de carta dirigida aos criadores de conteúdo da plataforma, publicada nesta segunda-feira, 22.

"Essa legislação representa uma ameaça para o modo dos criadores de ganhar a vida e para a capacidade de compartilhar a sua voz com o resto do mundo", apontou a executiva. Chamadas de “Copyright Directive”, as regras propostas pela Comissão Europeia surgiram há dois anos para dar mais atenção à influência das plataformas online. O Parlamento já deu sua primeira aprovação à lei no dia 12 de setembro. A votação final está prevista para janeiro.

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Dois trechos da norma são considerados polêmicos pelo mercado. Um deles, o artigo 13 prevê que sites como o YouTube monitorem as publicações dos usuários, para certificar se estão de acordo com os direitos autorais. Para legisladores europeus, essa seria uma forma de remunerar os autores de forma justa na internet. 

A diretiva não determina que as empresas estabeleçam um sistema de vigilância indiscriminado, mas as fazem responsáveis por violações de direitos nos conteúdos enviados pelos usuários.

Fontes do Youtube disseram à agência de notícias EFE que a lei, que implicaria ter advogados que aprovem cada vídeo antes da publicação, é inviável. "A cada minuto são subidas 400 horas de vídeo. É uma tarefa impossível".

Susan pediu aos criadores de conteúdo que se manifestassem contra as medidas. "Diga ao mundo através das redes sociais e de seu canal por que a economia de criadores é importante e como essa legislação vai afetá-la".

Além do Youtube, a lei proposta pelo Parlamento Europeu também afetaria outros grandes atores online, como Facebook, Twitter e plataformas streaming de música. A diretiva poderia supor o fim de muitos dos populares memes que circulam pela rede sem pagar direitos autorais /Com EFE

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