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"X-Men" ressuscita super-heróis no cinema

Desde 1989, com Batman, não se via em Hollywood uma adaptação de HQ para o cinema tão bem feita, com direção de Bryan Singer

Por Agencia Estado
Atualização:

Hollywood passa a investir na contenção de despesas. Os mutantes da história em quadrinhos X-Men foram transplantados para o cinema pelo diretor Bryan Singer por uma pechincha, levando-se em consideração os mais de 500 efeitos especiais colocados na fita. Por US$ 80 milhões (US$ 5 milhões a mais do que o orçamento original do estúdio 20th Century Fox), o diretor reuniu um elenco grande (e eclético) e fez um dos filmes de aventuras mais legais dos últimos tempos. A produção, que chega aos cinemas do Brasil em 18 de agosto, deu lucros rapidamente. O faturamento está em US$ 99,5 milhões em apenas 10 dias, somente nos Estados Unidos e no Canadá. Desde Batman, de 1989, que o cinema não tinha uma adaptação de HQ tão bem feita. Os mutantes da Marvel ganharam uma versão para o cinema quase tão cheia de estilo quanto as criações originais de Stan Lee. O diretor de Os Suspeitos praticamente salvou o gênero do ostracismo provocado pelos fiascos de Batman Eternamente (1995) e Batman e Robin (1997), ambos de Joel Schumacher. Seqüências de X- Men estão previstas (pelo menos duas), inclusive com contratos assinados por quase todo o elenco (não o diretor, no entanto). O sucesso de crítica e público de X-Men também deve facilitar a produção de filmes do Super-Homem e do Homem-Aranha, ambos no papel (Homem-Aranha está próximo de começar a ser rodado, com Sam Raimi na direção). Ecletismo - O que mais chama a atenção em X-Men é o ecletismo do elenco: de veteranos em montagens de William Shakespeare, como Patrick Stewart (como o professor Charles Xavier) e Ian McKellen (Magneto), a top models com pouca experiência nas telas, como Rebecca Romijn- Stamos (Mística) e Famke Janssen (Jean Grey). Completam o casting James Marsden (Ciclope), Anna Paquin (Vampira), Hugh Jackman (Wolverine) e a nota dissonante Halle Berry, que está caricata como Tempestade (a ponto de muita gente torcer para ela morrer no filme e não ter de voltar nas seqüências). Em enxutos 104 minutos, X-Men conta uma história que não fica nada a dever aos efeitos especiais. A Irmandade dos Mutantes - formada por Magneto, Mística, Dentes-de-Sabre (Tyler Mane) e Groxo (Ray Park, o Darth Maul de Episódio 1: A Ameaça Fantasma) usa seus poderes para libertar os mutantes da opressão humana para sempre. A turma do "mal" luta contra o senador Kelly (Bruce Davidson), que tenta passar uma lei de identificação de todos os mutantes nos Estados Unidos. Para acabar com os planos de Magneto, estão os Mutantes do "bem", os X-Men: o professor Xavier, Tempestade, Ciclope, Jean Grey (também conhecida como Fênix) e Wolverine, além de Vampira. Politicamente correto - A história em quadrinhos foi lançada em 1963 pela Marvel Comics. A criação de Stan Lee, desenhada por Jack Kirby, é sobre o professor Charles Xavier, um telepata em uma cadeira-de-rodas que quer criar um mundo seguro para os mutantes, seres superpoderosos que representam uma nova fase de evolução da espécie humana. Enquanto Xavier considera uma existência de paz entre humanos e mutantes, seu inimigo Magneto (que tem o poder de criar campos magnéticos) pretende dominá-los e tomar o poder no mundo. Para ajudá-lo, Xavier recruta mutantes adolescentes inseguros. Magneto, por sua vez, também tem sua turma do mal, com poderes variados. A HQ X-Men, que começou a ficar famosa em 1973, teve mais de 400 milhões de cópias vendidas de 1980 para cá. Por ano, são vendidos mais de 30 milhões de unidades dos 10 títulos existentes no mercado americano atualmente. X-Men é elogiado por criticar o preconceito e por sua mensagem de tolerância.

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