Matthew Vaughn já havia sido sondado para realizar o terceiro filme da série X-Men, mas na época ele se sentiu intimidado pelo tamanho da produção e declinou. Vaughn assina agora X-Men - Primeira Classe, a prequel (origem) do primeiro filme realizado por Bryan Singer, mostrando como surgiram os personagens emblemáticos. Valeu a espera. Você poderá até se manter fiel aos filmes de Singer, o 1 e o 2, mas X-Men - Primeira Classe é muito bom e eleva os filmes de super-heróis a um patamar que poucos diretores alcançam - Christopher Nolan, de Batman, com certeza.O que faz a força do filme é o fato de que Vaughn não tenta minimizar o aspecto lúdico da aventura. Os filmes de super-heróis têm de ter ação, efeitos, humor. O cineasta sabe disso - e satisfaz a expectativa do público -, mas ele também arma um conflito que torna os personagens mais complexos. Primeira Classe começa contando em paralelo as histórias do futuro X e de Magneto. Começa pelo segundo, em plena 2.ª Guerra, quando o garoto judeu, Erik Lehnsherr, é separado da mãe no campo de concentração.Sua raiva (desespero?) desencadeia uma manifestação de superpoder, flagrada pelo cientista nazi. O cara, um monstro que tenta vender a imagem de anjo para conseguir a cumplicidade do menino, termina por revelar-se como é. Recorrendo às chaves de Freud, Vaughn faz do futuro Magneto um Édipo que vai tentar superar seu complexo caçando o nazista brutal. Corte para Nova York, onde outro Édipo faz a descoberta da garota mutante, que, num primeiro momento, assume a forma de sua mãe ausente. Será a carência das mães que vai aproximar Charles Xavier e Erik?