12 de agosto de 2013 | 10h17
Cidade de Gramado.
Lembrou um momento do seu começo, quando o chamavam para fazer só nordestinos e ele foi se queixar ao amigo Lázaro Ramos. "Se liga, meu. E eu, que só chamam para fazer preto?", retrucou Lázaro. A plateia do
Palácio do Festival riu, mas o assunto era sério. Wagner acha que, por meio dele, o festival, na verdade, quis homenagear os atores de sua geração - Lázaro, Vladimir Brichta, que estará na serra gaúcha, no fim de semana, com A Coleção Invisível, longa em competição de Bernard Attal.
O mistério de Wagner Moura é que o eterno Capitão Nascimento parece muito mais jovem, ao vivo - um guri, como se diz no Sul -, mas pensa o cinema e o mundo com profundidade. Ele acaba de fazer Elysium, em Hollywood. Não vê incompatibilidade entre grande espetáculo e realismo crítico, como no filme do sul-africano Neill Blomkamp (de Distrito 9). "Fala de desigualdade social, a mãe dos problemas de países como o Brasil", define.
Feliz em receber o prêmio na presença da mãe, Wagner politizou a cerimônia. Ontem, 11, Dia dos Pais, regressou ao Rio para estar com os filhos. Gostaria de estar com seu pai, mas ele morreu há dois anos. Wagner dedicou o prêmio aos filhos do pedreiro que foi abordado pela polícia do Rio, em junho, e sumiu. Até hoje, a família de Amarildo de Souza pede explicações. Como disse o emocionado Wagner, ele,
pelo menos, sabia porque não ia almoçar com o pai dele no domingo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.