
21 de maio de 2013 | 10h33
Mas ontem (20), deu para vacilar um momento. Cannes Classics exibiu as versões restauradas de dois clássicos. O primeiro foi Violência e Paixão, de Luchino Visconti, de 1974, seguido por Hiroshima, Meu Amor, de Alain Resnais, de 1959. Claudia Cardinale veio apresentar o filme de Visconti e falou dele com carinho. "Foi meu mestre, me ensinou tudo." O filme mostra um velho professor que vive isolado, cercado de obras de arte. E irrompem em sua vida uma burguesa, com o amante, e também sua filha e o namorado. Cria-se um simulacro de família - uma família incestuosa, como diz o namorado da filha.
Numa cena, o professor acorda e, atraído pelo barulho, vai ao quarto onde está o gigolô. Estão os três - a filha, o namorado e ele - numa orgia de sexo, ao som de Roberto Carlos. La Mia Solitunide Sei Tu.
François Truffaut dizia que a idade cai bem nas obras que o tempo respeita. Violência e Paixão continua belo e forte, um grande Visconti. Dá um testemunho poderoso da rearticulação fascista na Itália, nos anos 1970. E o elenco - Burt Lancaster, Silvana Mangano, Helmut Berger - é genial. Claudia Cardinale e Dominique Sanda fazem pequenos papéis. Por meio de Dominique Visconti evoca sua mãe, Carla Erba.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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