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Violência contra mulheres

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Por Redação
Atualização:

Se você procurar na internet por Saving Face, encontrará farta documentação sobre a comédia romântica lésbica de Alice Wu que virou uma espécie de queridinho entre programas para plateias GLST nos EUA. O Saving Face que passa hoje no É Tudo Verdade é outra coisa. Salvando a Face, de Daniel Junge e Sharmeen Obaid, é uma coprodução entre Estados Unidos e Paquistão sobre um tema barra-pesada.Vencedor do Oscar de curta deste ano - embora seja um média-metragem de 40 min -, o filme dá conta de um tema da maior gravidade. A violência contra mulheres que tiveram o rosto desfigurado por ácido pode ser um signo de barbárie, mas não é tão rara quanto qualquer pessoa civilizada poderia pensar. Todo ano, cerca de 100 mulheres são brutalizadas dessa maneira pelos maridos, no Paquistão.E não apenas por eles - uma das histórias mais impressionantes é a da mulher que, após a agressão do marido, ainda sofreu a da cunhada e da sogra. Uma jogou gasolina em seu corpo e a outra ateou fogo. Como ela sobreviveu, encerraram-na num quarto, para que morresse. A dupla de diretores não investiga apenas a sociedade machista e patriarcal que autoriza esse tipo de agressão. Mostra os esforços de profissionais de saúde - cirurgiões plásticos e psicólogos - para descortinar uma outra possibilidade de vida para essas sobreviventes.O que poderia ser um relato intimista vira um épico da indignação. O tema de Junge e Sharmeen é a luta - dos médicos e suas pacientes, que precisam vencer a vergonha; da parlamentar paquistanesa que enfrenta reações de homens e mulheres no Parlamento do país para passar uma lei que realmente responsabilize os agressores. / LUIZ CARLOS MERTEN

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