Vídeos do Brasil em canal de Veneza

Projeto alternativo à Bienal italiana exibirá obras de criadores do País

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Por Camila Molina
Atualização:

Na primeira semana de abertura da 54.ª Bienal de Arte de Veneza, que começa em 1.º de junho para convidados e dia 4 para o público, um barco vai percorrer à noite o Grande Canal da cidade italiana com um tela projetando vídeos de cerca de 90 artistas de vários países, inclusive, do Brasil. Com a escassez de brasileiros nesta edição da mais tradicional mostra do mundo, já que a curadora desta Biennale não selecionou nenhum criador do País para a exposição, o projeto Commercial Break, sobre as águas de Veneza, se torna um destaque."É algo em oposição à Biennale, uma mostra feita com rapidez e espontaneidade", diz o curador inglês Neville Wakefield, de 47 anos. Ele, que vive em Nova York e desenvolve projetos nas artes visuais e na moda - já realizou edição do Carlton Arts em São Paulo -, foi convidado pelo Garage Center for Contemporary Culture de Moscou para desenvolver Commercial Break com exibição de vídeos bem curtos e que comentam, celebram ou criticam a questão da comercialização da cultura. A mostra alternativa foi inspirada no fato de que não há anúncios publicitários em Veneza, cidade turística que privilegia sua arte e arquitetura. "É um paradoxo, Veneza só anuncia a si mesma", diz.Em São Paulo, Wakefield conta que já estão confirmados os brasileiros Marcos Chaves, Rodrigo Matheus, Erika Verzutti, Valeska Soares, Thiago Rocha Pitta, e a espanhola radicada no Brasil Sara Ramo e a alemã que também vive aqui Janaina Tschäpe. Há a possibilidade de mais dois artistas nacionais serem incluídos. "Há 82 artistas na Bienal, mas nós temos um pouco mais e incluímos o Brasil", brinca o curador. Ele ainda cita a participação do português Julião Sarmento, que abre hoje individual na Galeria Fortes Vilaça (leia ao lado).Como conta Wakefield, o barco com uma grande tela com cerca de 6 metros, vai trafegar lentamente pelo Grande Canal de Veneza durante cinco dias, a partir de 1.º de junho. "Começará depois do pôr do sol e a sequência dos vídeos será imprevisível", afirma, completando que há vontade de trazer o projeto, em outro formato, para exibições no Brasil e também em Cuba.Pode-se dizer, então, que com a ausência de brasileiros na curadoria-geral de Bice Curiger para a 54.ª Bienal, só haverá, assim, a mostra de Artur Barrio representando o País no pavilhão brasileiro nos Giardini; exposição, no Arsenale, com participação do cineasta Neville d"Almeida; o projeto Commercial Break; e exibição paralela com curadoria da espanhola Rosa Martinez em que estarão Rivane Neuenschwander e Cinthia Marcelle.JULIÃO SARMENTO Galeria Fortes Vilaça. Rua Fradique Coutinho, 1.500, tel. 3032-7066. 10 h/ 19h (sáb., 10 h/ 18 h; fecha dom. e 2ª). Até 18/6.

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