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Vaias para o cisne negro

Foto do author Luiz Zanin Oricchio
Por Luiz Zanin Oricchio e VENEZA
Atualização:

VENEZAA entrevista com Aronofsky foi uma badalação só. Sala lotada, como só acontece quando chegam ao Lido os astros de Hollywood. Aí a galera fica indócil para valer, e a tietagem convive com o jornalismo. Na maior promiscuidade, diga-se. A razão do frisson era a presença de Natalie Portman, que está no filme Black Swan como Nina, a dançarina que aspira ao papel de protagonista numa montagem de O Lago dos Cisnes, mas vê-se ameaçada por uma rival (Mila Kunis). Pode ser que a rival seja ela mesma, porque Nina é um poço de frustrações e repressão sexual. Aronofsky fez uma aproximação entre este e seu filme anterior, O Lutador, dizendo que o mundo da dança e o da luta livre no fundo tinham muito a ver. Mas Black Swan oscila entre o tom grandiloquente, em alguns momentos, e a falta de musculatura, em outros. Aronofsky beira o gênero terror em certos trechos e acaba produzindo um híbrido que evita o sublime sem deixar de passar perto do ridículo. Na sessão de imprensa (a que conta, pois na noite oficial, no Palazzo, até os maiores abacaxis saem consagrados), parte gostou e bateu palmas. Parte vaiou. A maioria não se manifestou. Pegou suas coisas e saiu apressada para cuidar da vida que, num festival, é bastante corrida, diga-se.

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