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Urso de Ouro fez bem à carreira de 'Central do Brasil'

Por AE
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Tropa de Elite leva o Urso de Ouro exatamente dez anos depois de Central do Brasil trazer o troféu do Festival de Berlim pela primeira vez ao Brasil. Experiências são irrepetíveis, mas convém lembrar que o Urso fez muito bem ao filme de Walter Salles. Depois de vencer o festival alemão, o filme participou do Festival de Cinema de Recife, onde recebeu uma histórica ovação, sendo aplaudido de pé durante mais de dez minutos no superlotado Centro de Convenções Guararapes, onde cabem 4 mil pessoas. Dado curioso: Fernanda Montenegro, encantada com a euforia do público, dizia baixinho para o garoto Vinicius de Oliveira, então com 11 anos, que com ela contracenava no filme: "Aproveite bem, porque não é sempre assim". Vinícius era um estreante e teve a sorte de trabalhar ao lado de algumas feras do cinema nacional. Além de Fernanda, integravam o elenco Marília Pêra, Othon Bastos e Matheus Nachtergaele, entre outros. Ele trabalhou também em alguns curtas e agora faz parte do elenco de Linha de Passe, novo longa de Walter Salles, que está sendo rodado em São Paulo. De qualquer forma, para a carreira de Central do Brasil, a premiação de Berlim foi preciosa. O filme fez uma bela carreira interna, atraindo um público de 1,6 milhão de espectadores aos cinemas brasileiros . Depois do Urso, ganhou mais de 40 troféus em festivais pelo mundo afora. Tal sucesso se refletiu nas indicações para o Globo de Ouro e Oscar no ano seguinte. Concorreu ao prêmio da Academia em 1999 em duas categorias: melhor filme estrangeiro e melhor atriz (Fernanda Montenegro). Por falta de sorte, Central topou pela frente com o bicho-papão A Vida É Bela, de Roberto Benigni, e Fernanda perdeu o troféu para a estrela emergente da hora, Gwyneth Paltrow, que concorria pelo trabalho em Shakespeare Apaixonado. Cabe lembrar que Berlim tem sido historicamente mais interessado do que os outros festivais de primeira linha no cinema brasileiro. Além dos dois Ursos de Ouro, concedeu alguns de Prata, entre outros para Os Fuzis, de Ruy Guerra, e Brasil Ano 2000, de Walter Lima Jr. O festival foi generoso também com as atrizes. Além de Fernanda, ganharam em Berlim Ana Beatriz Nogueira (por Vera, dirigido por Sérgio Segall Toledo) e Marcélia Cartaxo (por A Hora da Estrela, de Suzana Amaral). Entre os grandes festivais, resta ao Brasil quebrar o tabu de Veneza, cujo Leão de Ouro até agora não se ambientou ao nosso ecossistema cinematográfico. As informações são do Jornal da Tarde

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