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Unesco afirma que 3 mil idiomas podem morrer

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de metade das 6 mil línguas faladas no mundo estão ameaçadas. Conforme estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que será publicado amanhã, a pressão exercida naturalmente por línguas dominantes e a repressão política a minorias poderão causar danos à riqueza lingúística mundial. "Hoje, cerca de 3 mil línguas minoritárias estão correndo sério risco de morrer em diversas partes do mundo", diz o estudo, ao longo de 90 páginas. "Com o desaparecimento de uma língua, uma parte insubstituível do conhecimento humano se perde para sempre." A pesquisa é na verdade um atlas das línguas ameaçadas. A América e a Austrália estão na pior situação. Na Austrália, são centenas as línguas aborígines extintas ou em processo de extinção, fruto das políticas de assimilação cultural em voga até a década de 70. Nos Estados Unidos, calcula-se que menos de 150 línguas indígenas sobreviveram desde a chegada dos europeus - e elas também estão ameaçadas, assim como muitas das que ainda são faladas pelos índios brasileiros. Mas também há problemas na Europa e na África. Escandinávia, Rússia, França e Inglaterra também poderão ver extintas línguas minoritárias. No continente africano, 550 línguas das 1,4 mil atualmente faladas poderão sumir em breve. O estudo também aborda a questão na região do Pacífico - Japão, Filipinas, Papua Nova Guiné, etc. -, e com especial atenção: é lá que se falam, atualmente, um terço de todas as línguas do mundo.

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