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Uma peça sobre um dia qualquer

"M.C.C.R.E.Ô", novo espetáculo do Núcleo Aangatu, estréia amanhã, no CCSP quer retratar o cotidiano do homem comum

Por Agencia Estado
Atualização:

O que é mais importante: o homem ou o que ele possui? É justamente para questionar os valores desfocados do homem moderno que estréia amanhã, o espetáculo M.C.C.R.E.Ô ou Movimentos Comuns Cotidianos Repetidos ao Extremo e ao Quadrado, no Centro Cultural São Paulo. Concebido e atuado por Victor Seixas, o monólogo é dirigido por Vânia Leite. Resultado das pesquisas corporais e dramatúrgicas, M.C.C.R.E.Ô é o primeiro trabalho desenvolvido pela companhia Núcleo Aangatu da Cooperativa Paulista de Teatro, formada por Seixas, Vânia e Bruno di Tentro. "Em tupi, aangatu significa bom sinal", esclarece Seixas. Num dia qualquer, um homem comum, ao acordar, desperta também para seus antigos valores, questionando sentimentos impregnados como o egoísmo e a vaidade. "A partir daí ele começa a enxergar o mundo com outros olhos, tendo consciência de sua falhas e dando mais valor, por exemplo, às crianças morrendo de fome", conta o autor. "A questão é se ele vai ter forças para lutar e mudar a atual situação que tanto o incomoda", continua. Segundo Seixas, o personagem entra num grande dilema entre voltar a dormir ou suicidar-se. Criado inicialmente para ser um espetáculo gestual, a peça acabou ganhando texto e uma trilha sonora baseada na música eletrônica assinada por Margo Ribas, do Estúdio Villa Vox. Com experiência na técnica de bonecos, especialmente por ter participado dos recentes infantis Lampião do Céu e 70 Senão 60 Seixas explora diversas técnicas e movimentos. "A maior influência nesse trabalho é a técnica mimique corporel, criada por Etienne Decroux", explica ele. "Por meio da essência gestual e das máscaras eu consigo exaltar meus movimentos, além de explorar o que chamamos de as três partituras: idéia, gesto e emoção", diz. As músicas criadas exclusivamente para compor a trilha, com tons eletrônicos e sintetizadores, e o cenário simples, com uma cortina de jornal ao fundo e um sofá, são elementos que, segundo Seixas, apenas reforçam a contextualização do espetáculo. Há oito anos trabalhando com mímica, ele está dando continuidade às suas pesquisas dentro da nova companhia Núcleo Aangatu, formada há apenas um ano. "Nosso trabalho está fundamentado em o que dizer e como dizer", afirma o ator. O próximo espetáculo da companhia, Batata Sauté, será desenvolvido por Vânia Leite. "M.C.C.R.E.Ô". Teatro físico. Texto, concepção e interpretação de Victor de Seixas. Direção de Vânia Leite. Duração: 45 minutos. De terça a quinta, às 21h30. R$ 10,00. Centro Cultural São Paulo - Sala Paulo Emílio Salles Gomes. Rua Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611. Até 27/7

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