20 de julho de 2010 | 00h00
Mas soube manter o frescor ao preocupar-se em desvelar propostas, em jogar luz sobre montagens que não tiveram a notabilidade devida em suas praças de origem. É este o caso de Hagoromo - O Manto de Plumas, dirigido por Fábio Mazzoni. Apesar da temporada em São Paulo, Hagoromo passou despercebido do grande público e da imprensa especializada
Com coreografia e interpretação de Emilie Sugai, a montagem recria para a linguagem da dança um texto clássico do teatro Nô. Nesse território de tradição, porém, o trabalho constrói uma poética contemporânea.
No palco quase no escuro, delineado por uma luz difusa, Sugai vive dois personagens: o pescador Hakuryo e o anjo do céu budista Tennin, que vem à Terra recuperar seu manto de plumas.
A ação beira a imobilidade. Os movimentos da intérprete são lentos, capazes de transportar o espectador para outra experiência de tempo e de espaço. Em sua simplicidade, Hagoromo parece surgir como a própria concretização do conceito de singularidade desta edição do festival.
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