30 de outubro de 2010 | 00h00
Propõe duas ações em paralelo. Numa, o cirurgião Anton passa longos períodos na África como médico humanitário. Em outra, na Dinamarca, enfrenta problemas com seu filho Elia, frágil, que sofre nas mãos de colegas mais fortes na escola. A mulher de Anton, que não aguenta a separação, está pedindo divórcio. Elia ganha um colega bem mais disposto do que ele, Christian, que acaba de perder a mãe, e não hesita em resolver as coisas por meio da ação. Em defesa de Elias, Christian agride um valentão da escola.
Como filme de tese, sente-se que algumas ideias, ou melhor, dilemas, precedem a sua construção dramática. Nem sempre isso é problema. A questão de Bier pode ser expressa da seguinte maneira: há casos em que a violência só pode ser combatida pela violência? Em outras palavras, existem um uso legítimo da violência, ou ela é sempre má?
A diretora tenta ir além do pacifismo ingênuo. Como faz cinema, e não sociologia, precisa raciocinar e "argumentar" através de ações dramáticas: é lícito um garoto usar uma faca para pôr fim a um caso de bullying? Até onde isso pode levá-lo? Um médico deve cuidar de um criminoso, que irá usar o resto da existência a oprimir e prejudicar gente honesta? São questões trabalhadas nesse filme dramaticamente competente. O desfecho talvez atenue um pouco a consequência de algumas premissas.
EM UM MUNDO MELHOR
Reserva Cultural 1 - Hoje, 14h50
Cinemark Eldorado 7 -Quarta, 21h
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