Um tributo desconjuntado a Pergolesi

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Por João Luiz Sampaio
Atualização:

Marco da música sacra barroca italiana, o Stabat Mater de Giovanni Pergolesi é a atração principal deste tributo ao compositor. Para tanto, a Deutsche Grammophon mobilizou a grande estrela de seu cast de cantoras, a soprano Anna Netrebko (foto); garimpou como sua companheira uma pouco conhecida e muito talentosa meio-soprano italiana, Marianna Pizzolato; e pegou emprestado da EMI Classics o maestro Antonio Pappano e os músicos da orquestra da Academia de Santa Cecília, em Roma. Individualmente, os ingredientes são saborosos: os insights de Pappano, em especial na maneira de trabalhar as linhas vocais; a expressividade incontestável do canto de Netrebko; o timbre quente e generoso de Pizzolato. No conjunto, porém, Pergolesi fica perdido em meio a uma bagunça estilística, entre o barroco e o romântico, a ópera e a música sacra, que nem mesmo a batuta hábil de Pappano e a versatilidade dos músicos romanos conseguem resolver.

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