29 de agosto de 2010 | 00h00
Complexo de teatro e museu projetado por Paulo Mendes da Rocha, o edifício foi instalado numa área que, paradoxalmente, não necessitava de revalorização: está em um bairro de grande valor imobiliário, nas imediações do único shopping de Vitória. O governo tinha reservado ali 20 mil m² para uso público, e optou pela edificação. A previsão é de que seja inaugurada até o final de 2011, ao custo de R$ 115 milhões. "Paulo propõe um diálogo com essa sensação de estar defronte ao mar", analisa Dayse. "Ele é capixaba, e esperou 82 anos para ter um projeto em sua cidade natal. Ele tem muitas lembranças da infância ali, da visão dos navios passando, e o seu desenho é permeado por essa experiência afetiva."
Mendes da Rocha, que revitalizou a Pinacoteca de São Paulo e é autor do projeto do Museu Brasileiro de Escultura (MuBE), pensou o edifício como um território a ser ocupado pelo povo, com uma praça de esculturas, um espaço amplo para manifestações.
O novo Museu de Arte Moderna nasce com um acervo modesto, obrigando-se a se formar paulatinamente. No local, já havia uma escultura de Amílcar de Castro, que permanece. O arquiteto acha bom começar praticamente do zero. "É melhor não ter acervo, porque em menos de um ano corre o risco de se transformar num Cemitério da Consolação. Ninguém volta para ver a mesma coisa." Ele cita o caso do Museu da Vale, no próprio Espírito Santo, que instalou um museu em que as obras foram sendo criadas no próprio local. "No fundo, o que interessa é a educação da população, e a desmistificação da arte."
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