
13 de setembro de 2011 | 00h00
É a história de dois irmãos que seguiram trajetórias diversas e se reúnem por causa da morte da mãe, que os negligenciava na infância. O filme abre-se com a morte de uma criança - como em Anticristo, de Lars Von Trier. Os sobreviventes viram um alcoólatra amargurado e um drogado. O primeiro chama-se Nick e acaba de sair da cadeia. Sua história, e a relação com uma sem-teto que perdeu a guarda dos filhos, ocupa a primeira metade do filme. O outro nem nome tem. É identificado como "irmão de Nick" ou "pai de Martin".
Vinterberg não funde as duas tramas cronologicamente. É como se ele adotasse essa estrutura para mostrar a falta de conexão entre os irmãos nas suas vidas adultas. A ideia é filmar a miséria, material e moral, mas sem miserabilismo. O pai de Martin perdeu a mulher num acidente de carro e agora tenta equilibrar a dependência com a responsabilidade de cuidar de uma criança. O amor do filho vai redimi-lo, mas até chegar lá o filme é duro, sofrido. Vinterberg não exagera ao dizer que se trata de uma história de queda e redenção, no espírito do patriarca do cinema dinamarquês, Carl Theodor Dreyer.
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