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Um festival para celebrar Chopin

Na quarta edição, o Folle Journée, maratona que tem início hoje, no Rio, comemora o bicentenário do gênio

Por Roberta Pennafort
Atualização:

Nelson Freire. “O trabalho com a música de Chopin dura a vida inteira”, afirma ele

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Começa hoje o Rio Folle Journée, o festival que anualmente enche as poucas salas de concerto do Rio, as de fato e as improvisadas, de atrações do mundo da música clássica. Esta quarta edição é dedicada a Chopin, já que em 2010 se celebra o bicentenário de seu nascimento. Sua extraordinária obra para piano será integralmente executada em 14 concertos; em outros 19, artistas daqui e estrangeiros executarão peças de outros autores, entre eles brasileiros que se deixaram tocar pelo romantismo de Chopin, como Villa-Lobos, Ernesto Nazareth, Francisco Mignone e Tom Jobim.

De Schuman, contemporâneo do compositor polonês de carreira francesa, que viveu apenas 39 anos, a Sinfonia n.º 4 em Ré Menor Op 120 será tocada hoje, às 20h30, pela Orquestra Petrobras Sinfônica, sob regência de seu maestro, Isaac Karabtchevsky. Nelson Freire, para quem "o trabalho com a música de Chopin dura a vida inteira", já que é "uma eterna descoberta", conforme o próprio escreveu no Estado no início do ano, interpreta seu Concerto n.º 2 para Piano e Orquestra em Fá Menor Op. 21.

Os pianistas Anne Quéffélec, Abdel el Bacha, Iddo Bar-Shai, Momo Kodma e Philippe Giusiano se revezarão até domingo apresentando toda a obra para piano, os noturnos, sonatas, mazurcas e valsas, em ordem cronológica. As composições para outros instrumentos são em número pequeno.

Os cinco já fizeram o mesmo programa em Nantes, cidade natal do Folle Journée ? por lá, o festival, criado pelo produtor cultural René Martin, é montado há 15 anos. Eles também já passaram por eventos em Bilbao, na Espanha, Tóquio e Kanasawa, no Japão.

Outros solistas convidados são Arthur Moreira Lima, Eduardo Monteiro e Ronaldo Rolim. Os concertos serão realizados no Teatro Municipal, recém-reaberto, em seu pequeno teatro do prédio anexo, no Teatro João Caetano, no Auditório do BNDES e num espaço da Uni-Rio.

Música popular. Não menos influenciada por Chopin, a música popular também tem vez. Para amanhã, às 12h30, está marcada apresentação no Teatro João Caetano do Quarteto Maogani, que mesclará Radamés Gnattali, Garoto, Jacob do Bandolim e outros; sábado, no mesmo palco, o gaitista José Staneck e o pianista Flavio Augusto tocam, intercalados, Chopin e Tom Jobim, para que o público identifique possíveis semelhanças nas músicas.

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Helena Floresta, a organizadora da maratona, lamenta a perda da Sala Cecília Meireles, fechada para obras, mas comemora o retorno do Municipal ao circuito. "O teatro tem um brilho que a sala não tem. Se eu o vir cheio para os concertos de manhã e à tarde (por conta do calendário disputado, não foi possível conseguir horários noturnos, a não ser na abertura e no encerramento), vai ser muito lindo", ela torce. Toda a programação, preços e endereços estão em www.riofollejournee.com.

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