Um ciclo Maazel

Aos 81 anos, maestro norte- americano rege as 9 sinfonias de Beethoven à frente de uma OSB em crise

PUBLICIDADE

Foto do author João Luiz Sampaio
Por João Luiz Sampaio e Roberta Pennafort
Atualização:

As atenções do meio musical brasileiro se voltam esta noite para o Teatro Municipal do Rio. Às 20 horas, a Sinfônica Brasileira faz sua primeira apresentação depois de um semestre de polêmicas, resultado da decisão da direção de submeter os músicos a provas de reavaliação. O saldo: 33 instrumentistas afastados, mudanças na direção artística, substituições controversas e uma negociação trabalhista ainda em curso. A turbulência começou em janeiro. Metade dos músicos se recusou a participar das audições - por se sentir desrespeitada e por entender que se tratava de uma tentativa de "limpar" a orquestra daqueles que haviam se indisposto com o maestro Roberto Minczuk, então regente titular e diretor artístico e um dos idealizadores da prova, que teria como objetivo a melhoria artística do grupo. Grande parte dos músicos acabou demitida por justa causa. E a briga ganhou a internet.Desde então, solistas de renome internacional cancelaram concertos com a orquestra, descolando-se da imagem chamuscada de Minczuk, aqui e no mundo. Há um mês, ele deixou a direção artística. Uma proposta de readmissão está em discussão. A ideia é montar uma outra orquestra com os que quiserem retornar. É nesse contexto que a música volta a soar para a OSB, que inicia hoje um festival com as sinfonias de Beethoven sob o comando do americano Lorin Maazel. Criticado por ter aceito comandar a orquestra nesse momento, ele, em conversa ontem com o Estado, disse que sabia da polêmica. "Sou um maestro que aceitou um convite profissional. Quanto ao resto, me parece que este é um momento de diálogo das duas partes, com progressos importantes."Os assinantes, que penaram com o silêncio da OSB, seguem fieis: dos 3.508, uma pequena quantidade desertou, segundo informou a fundação. Domingo, o festival chega à Sala São Paulo, com a 3ª e a 5ª sinfonias.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.