Em um ano e meio, conforme previsão do governo do Estado, o Rio ganhará seu museu mais moderno, com potencial para se tornar o de maior visitação do País. Voltado ao passado desde a fundação, em 1965, e abrigado por dois casarões do velho centro, o Museu da Imagem e do Som que sairá de trás dos tapumes da Praia de Copacabana mira nos jovens, tendo como chamariz a história da produção cultural da cidade, do choro ao funk, do rádio ao cinema.Dono do maior banco de dados da música brasileira do País, com 80 mil discos e 60 mil partituras, e mais de 40 mil fotografias, o MIS é frequentado só por pesquisadores. São 700 por ano. Em Copacabana, e num impactante prédio de quatro andares, com teatro, terraço com cinema ao ar livre e espaços expositivos que oferecem experiências sensoriais, por meio de recursos tecnológicos, se espera que atraia cerca de 600 mil visitantes. Amanhã, uma sala de visitação será aberta no canteiro de obras para dar um aperitivo de como será o museu. A intenção é que a construção, assinada pelo escritório nova-iorquino Diller Scofidio + Renfro, seja um marco arquitetônico do Rio da Copa e da Olimpíada. "É próprio das instituições se repensar e se revocacionar. O que se quer é que o MIS seja influente na cultura brasileira nas próximas décadas", diz a secretária de Cultura, Adriana Rattes. "Um museu tem que guardar, preservar e divulgar, mas não podíamos mostrar o acervo por falta de espaço físico", conta a presidente do MIS, Rosa Maria Araújo. Pelo projeto, o visitante vai passear pelas fotografias panorâmicas de Augusto Malta, do início do século 20, mergulhar na alegria do carnaval, passar pelos momentos de rebeldia política, ouvir samba, bossa nova e todos os ritmos da cidade. Carmen Miranda, da Lapa a Hollywood, é o destaque do andar que mostra os "alegres trópicos". A cargo da museografia, a dupla Daniela Thomas e Felipe Tassara, a mesma do Museu do Futebol, pensou na "tecnologia a serviço do conteúdo", sem exibicionismo. Tablets, projeções, painéis de led e outros recursos darão acesso a preciosidades que só o MIS tem, como Ismael Silva falando da criação da primeira escola de samba, a Deixa Falar, e capítulos da novela radiofônica O Direito de Nascer.A preparação do terreno começou há dois anos. A obra está em R$ 88 milhões - mais R$ 37 milhões da museografia, segundo a Fundação Roberto Marinho, parceira que vem das experiências no Museu do Futebol e da Língua Portuguesa. O MIS sairá, no mínimo, R$ 36 milhões mais caro do que o previsto em 2009. A área construída aumentou, e também os gastos com a desapropriação e a mão de obra.