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Um ano repleto de coincidências

No festival dos melhores do ano passado, realizado pelo Sesc, público e crítica elegeram os mesmos vencedores

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Por Ubiratan Brasil
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Campeão absoluto nas bilheterias do Brasil (mais de 11 milhões de espectadores), Tropa de Elite 2 conquistou também a maioria dos votos na tradicional eleição promovida pelo Festival Sesc dos melhores filmes do ano passado. O longa de José Padilha foi vitorioso na escolha do público, que também elegeu o diretor. Já os críticos preferiram o simples mas fascinante Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, de Marcelo Gomes e Karim Aïnouz - Padilha também foi apoiado pela crítica. Todos os premiados estão na programação do Cinesesc.O curioso foi a coincidência, entre críticos e público, na eleição do italiano Vincere como melhor produção estrangeira. Dirigido por Marco Bellocchio, o longa é fictício mas trata de personagens reais - logo nas primeiras cenas, um jovem Benito Mussolini conhece Ida Dalser no instituto de beleza que ela administra. Imediatamente, a paixão incendeia o jovem casal, que se torna amante. Ela o ajuda a montar um jornal, mas, com o tempo, Benito, militante socialista, passa a apoiar a guerra, tornando-se fascista.O que certamente conquistou público e críticos é a mudança de rumo da segunda parte da história, quando Ida sofre para que o ex-companheiro reconheça o filho que tiveram. Bellocchio faz com que o mesmo ator, Filippo Timi, interprete Mussolini e o filho renegado. Numa cena, o garoto recria, para colegas, o que havia de bufão no Duce. Sem temer a falta de dados convincentes, o filme é uma ficção exemplar.Em um raro ano de escolhas semelhantes, Wagner Moura (por Tropa de Elite 2) e Ana Lucia Torre (Reflexões de Um Liquidificador) encantaram todos os júris consultados pelo Sesc, assim como roteiro (Bráulio Mantovani, por Tropa de Elite 2) e fotografia (Mauro Pinheiro Jr., por Os Famosos e os Duendes da Morte).

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