Um ano pelo legado de Herzog

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Por Lucas Nobile
Atualização:

 

 

O jornalista.

Trágica vítima de uma época difícil que o País vivia, o Regime Militar

 

 

Na sexta-feira, o Instituto Vladimir Herzog, entidade criada em homenagem ao jornalista morto em outubro de 1975 pelos órgãos de repressão do Regime Militar, completou um ano. As comemorações do funcionamento do instituto começam hoje, apenas dois dias depois da data em que Herzog completaria 73 anos.

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Hoje, a partir das 19h, a Livraria da Vila, dos Jardins (Alameda Lorena, 1731), recebe o lançamento de EX-, com todas as edições fac-símiles do único jornal a ter noticiado o assassinato do jornalista, inclusive uma delas que não chegou a circular. Na época, com a manchete histórica "Liberdade, Liberdade abre as asas sobre nós ? A morte do jornalista Vladimir Herzog", o jornal, que atuou de 1973 a 1975, foi cassado. Produzida pela Imprensa Oficial, uma caixa contará com 20 edições do periódico mensal, sendo 16 que chegaram a circular nas bancas e o restante de inéditas. O lançamento terá presença de Fernando Morais, José Hamilton Ribeiro, Dácio Nitrini e Mylton Severiano, que trabalharam no periódico mensal, para um debate sobre as atividades da imprensa alternativa na década de 1970.

"Nós temos sido chamados por escolas secundárias e universidades para debater sobre direitos humanos e liberdade de imprensa nesse período da história recente do País. Existe também o "Resistir é Preciso", projeto que levará de um a dois anos para ficar pronto, e que resgata a história da imprensa alternativa no Brasil de 1964 a 1979. O governo Lula e o próximo, com Serra ou Dilma, se mostraram simpáticos conosco. A história e o nome do Vlado são comuns a todos os partidos, seja PT ou PDSB", diz Ivo Herzog, filho do jornalista e presidente do instituto.

Concerto.

No próximo sábado, às 21 horas, encerram-se as comemorações com um concerto na Sala São Paulo (Praça Júlio Prestes, 16, Luz). Batizado de

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Encontro Musical pela Democracia

, Educação e Felicidade, o espetáculo terá regência do maestro João Carlos Martins, com participações da Filarmônica Bachiana SESI-SP, da cantora Fafá de Belém, da bateria da Vai-Vai e do coral "A Música Venceu", de Paraisópolis. No programa, Beethoven (

Sinfonia nº 5 em Dó Menor

), Tchaikovsky (

Sinfonia nº 4 em Fá menor

), João Bosco e Aldir Blanc (

O Bêbado e o Equilibrista

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) e Adoniran Barbosa (

Trem das Onze

).

"Apesar de ser apenas um ano de atividades, acho que estamos conseguindo cumprir com o objetivo inicial do instituto, que é dar continuidade ao trabalho do meu pai. Nossa maior conquista é a receptividade ampla, geral e irrestrita das pessoas em conhecer nosso trabalho", comenta Ivo Herzog.

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