TV Cultura reclama verbas federais

Marcos Mendonça, diretor presidente da Fundação Padre Anchieta, divulgou um comunicado aos funcionários da TV Cultura, que sofrem com atrasos de salário

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, divulgou comunicado interno aos funcionários da TV Cultura, que então sofrendo atrasos de salário, informando sobre as dificuldades impostas pelo corte de 17% no orçamento determinado pelo governo do Estado de São Paulo. Na nota, Mendonça queixa-se da falta de apoio do governo federal e diz que pretende intensificar as negociações para que a Fundação Padre Anchieta receba pelo menos R$ 8 milhões em verbas publicitárias previstas para o ano de 2006. Segundo a nota, no ano passado a Cultura recebeu apenas 0,00033% dos R$ 888,3 milhões gastos pelo governo Lula em publicidade. Foram R$ 300 mil, enquanto a Cartoon Network no mesmo período recebeu do Governo Federal R$ 8 milhões, 26 vezes mais que a TV Cultura. Confira a íntegra da nota: "Esclarecimento aos funcionários e colaboradores da Fundação Padre Anchieta O prestígio e o reconhecimento que a Fundação Padre Anchieta desfruta perante a sociedade é resultado do esforço e dedicação de seus funcionários e colaboradores. É em respeito a eles que a Direção da Fundação Padre Anchieta vem esclarecer o seguinte: 1. O Governo do Estado de São Paulo determinou um corte imediato de 17% nas despesas de custeio em todo o orçamento do Estado, indiscriminadamente; 2. Isso significa que o recurso que a Fundação Padre Anchieta recebe mensalmente do Estado teve uma redução direta de 17%, compulsoriamente; 3. Essa redução não foi prevista quando a Fundação elaborou o orçamento de 2006; 4. Entende-se por custeio todas as despesas referentes ao funcionamento da Fundação como pessoal, água, luz, manutenção, etc; 5. No sentido de evitar uma redução proporcional na produção das nossas emissoras - e a conseqüente perda de postos de trabalho - a Direção da Fundação foi obrigada a adotar várias medidas de contenção de gastos e aumento de produtividade além do aumento da captação de receitas próprias; 6. Isso visa, prioritariamente, a preservação do quadro funcional e o cumprimento das obrigações assumidas pela Fundação com seus colaboradores e fornecedores; 7. As primeiras medidas de contenção levaram à renegociação - e conseqüente redução - dos contratos de telefonia, energia, água, satélites, segurança, manutenção, entre outros; 8. Outra medida adotada pela direção foi intensificar as negociações junto ao Governo Federal para que a Fundação Padre Anchieta receba pelo menos R$ 8 milhões em verbas publicitárias durante o ano de 2006. Para que os funcionários tenham uma idéia da gravidade do assunto em 2005 o Governo Federal investiu R$ 888.396.790,91 (oitocentos e oitenta e oito milhões, trezentos e noventa e seis mil, setecentos e noventa reais e noventa e um centavos) em publicidade. Desse montante a Fundação Padre Anchieta recebeu apenas R$ 300 mil reais ou o equivalente a 0,00033% do total. Só a Cartoon Network - no mesmo período - recebeu do Governo Federal R$ 8 milhões de reais ou 26 vezes mais que a TV Cultura. Em 2006 a situação vem se repetindo. O tratamento político e discriminatório que a Fundação tem recebido por parte do Governo Federal prejudica não apenas as suas atividades mas diretamente o seu quadro de colaboradores. Outra questão pendente na esfera federal é a liberação de R$ 1,5 milhão empenhados desde janeiro deste ano. Esse valor é o resultado de emendas da bancada de deputados federais por São Paulo, e até hoje não cumprido pelo Governo Federal; 9. As alterações efetuadas no plano de saúde procuraram causar o menor impacto possível para os colaboradores da Fundação e seus dependentes. Todos os funcionários continuam, sem qualquer ônus, a desfrutar dos benefícios do plano de saúde. Apenas para os colaboradores com salários superiores a R$ 2.500,00 reduziu-se uma parte do subsídio para os dependentes; 10. Neste momento, a Direção está negociando junto à empresa credenciada a melhoria do Plano Referencial, sem aumento do custo; 11. Ainda como demonstração de sua preocupação com seu quadro de colaboradores e familiares a Fundação tem investido recursos substanciais na formação e desenvolvimento de seu pessoal. Todos os funcionários que pleitearam bolsas de estudo para o aprendizado de outro idioma foram contemplados. Além disso, a Fundação já negociou com a Universidade São Marcos, a Uninove e a Escola Superior de Propaganda e Marketing a permuta de cursos de graduação, pós-graduação, mestrado, etc. - em todas as áreas do conhecimento humano. Nos próximos dias estará abrindo a inscrição para a oferta de bolsas de estudo para funcionários e dependentes, segundo critérios definidos pela área de Recursos Humanos. Contando com a compreensão e a colaboração que certamente o momento exige, agradecemos a todos. Marcos Mendonça Diretor Presidente"

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