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TV Cultura lança paródia de reality shows

Em Vitrine dos Artistas, o apresentador Marcelo Tas e dois repórteres ficarão "confinados" - por nove minutos - para discutir a atual tevê brasileira

Por Agencia Estado
Atualização:

Nem a Cultura escapou da onda dos reality shows. O Vitrine, apresentado por Marcelo Tas, toda quarta às 22h30, exibe hoje a programação 2002 com novo cenário e novos quadros. Uma das novidades é o Vitrine dos Artistas, paródia à onda de reality shows que dominou a televisão brasileira nos últimos meses. Com 9 minutos de duração, o Vitrine dos Artistas reúne Marcelo Tas e os repórteres Fernanda Danelon e Rodrigo Rodrigues em situações clássicas vividas no Big Brother Brasil e na Casa dos Artistas. Eles estarão discutindo à beira da piscina sobre a próxima "eliminação", tomam banho juntos, malham na academia da "casa", brigam por causa de comida e até namoram embaixo do edredon. Marcelo Tas, por exemplo, conversa com um abacaxi, como Alexandre Frota fazia com o melão. O objetivo do Vitrine dos Artistas, segundo o apresentador, não é entrar na onda dos reality show, mas sim, se distanciar desse formato e fazer uma crítica ao formatos desses programas. Na estréia, o programa traz Cazé Peçanha, que vai falar de sua experiência na Globo. Em entrevista para o JT, Marcelo Tas fala sobre o caráter inovador dos reality, critica a falta de ousadia da Globo e o excesso de manipulação da Casa por Silvio Santos e apresenta o Vitriblog, a inovação que trará mais interatividade ao programa. Você trouxe um reality show para a Cultura? Marcelo Tas: Quando apresentamos a idéia na emissora, todos ficaram espantados. Como um canal público pode fazer esse tipo de programa? Mas queremos ousar. O papel da tevê Cultura é ter um distanciamento dos reality shows para, assim, poder rir um pouco disso e criticar essa tempestade que tomou conta da mídia. E qual sua opinião sobre atrações como "Big Brother" e "Casa dos Artistas"? A moeda mais valiosa de Silvio Santos, quando fez a Casa 1 foi a ousadia. Ele soube inovar na tevê e é isso que o público procura. A Globo não sabe fazer isso, não é o perfil da emissora ser ousada, mesmo tendo profissionais como o Guel Arraes e a turma dos Cassetas pensando em inovação a cada momento. Mas essa ousadia não é tão visível na "Casa dos Artistas 2". A Casa 2 não segue à risca a própria ousadia do formato. O Silvio está tentando repetir o sucesso, mas o público sente que os dramas estão muito esticados. Há um mistério exacerbado sobre se fulano de tal vai sair ou ficar, tudo para dizer: "Assista ao próximo programa e você verá". Qual foi o maior erro de Silvio na "Casa 2"? Foi acreditar demais na burrice de alguns telespectadores. E o Silvio abusou. Toda vez que isso acontece, a atração sai perdendo. Ele muda as regras a cada momento, coloca e tira os participantes na hora que quer. Leva o mistério até o último segundo. Uma hora isso cansa. Quem será o primeiro convidado a falar sobre os reality shows? Nada menos do que a maior especialista de reality show no Brasil, a Bárbara Paz. Nós a convidamos para vir hoje e falar tudo o que não foi dito ainda, ou melhor, fora do SBT. Vamos repercutir sua exposição, a notoriedade instantânea, o assédio da mídia e as consequëncias de ser observada 24 horas por dia. Além do "Vitrine dos Artistas", que outras apostas vocês estão fazendo em 2002? Vamos trazer uma ferramenta que, a meu ver, nunca existiu na televisão brasileira, o que apelidamos de Vitriblog. O blog, uma espécie de diário virtual que ganhou legião de jovens fãs, vai ajudar os telespectadores a enviarem suas opiniões sobre os convidados, antes do programa, e comentar o programa durante a exibição. Ele será atualizado por nós a todo momento, com comentários, recados da equipe, etc..., como um diário. É em cima disso que o público poderá interagir mais conosco. As mudanças no "Vitrine" são baseadas em pesquisa? Durante as férias, fizemos uma triagem de opinião do público e vamos adotar alguns conselhos, como a maior interatividade entre o público e a produção. As pessoas também reclamavam que as entrevistas eram muito curtas. Por isso, em vez de três entrevistas, exibiremos duas, para dar mais atenção ao telespectador e aumentar alguns minutos das entrevistas. Além da internet, o público também terá dois números para falar com a gente, ao vivo. Haverá mudança de perfil dos convidados neste ano eleitoral? Sim. Daremos enfoque especial nas eleições até julho, limite para a mídia falar sem restrições. Vamos convidar jornalistas, profissionais do marketing político e o pessoal que cuida das pesquisas de opinião. Esse último tema deve ser detalhado. É preciso discutir a influência e a validades das pesquisas.

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